Minha amada Família
UMA PEQUENA BIOGRAFIA DE MINHA QUERIDA MÃE
JOSEFA MARIA DA
CONCEIÇÃO
(Dona Cecília)
*20 de dezembro de
1950
+29 de maio de 2005
Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B
(Monge Beneditino)
Salvador, Bahia 14 de maio de 2017.
Os momentos da vida passam de uma maneira tão rápida que não
conseguimos perceber as mudanças que acontecem ao nosso redor.
(Dom Gilvan
Francisco dos Santos, O.S.B)
INTRODUÇÃO
"Que poderei retribuir ao Senhor Deus por tudo
aquilo que Ele fez em meu favor?” (Sl 116, 12) . Não poderia deixar de citar este belo versículo deste Salmo, porque fui cumulado de grandes graças. A primeira delas, foi a vida que o bom Deus me concedeu; depois a família em que ele me colocou. Sou eternamente grato a Ele por este presente.
Aqui, nestas poucas linhas venho falar um pouco de minha querida Mãe, Josefa Maria da Conceição, conhecida desde a infância com o nome de Cecília. Mulher de grande bondade e uma verdadeira Matriarca. O que somos hoje eu e meus irmãos foi pela educação que recebemos de nossos pais e principalmente de nossa Mãe que enquanto meu caro pai saia para trabalhar ficava conosco em casa no maior cuidado por cada um de nós, que como verão não era pouco os filhos. pois somos em número de dez. Se hoje Mães ficam estressadas com apenas um ou dois filhos imaginem dez. Mais ela sabia muito bem cuidar de cada um de nós com um amor impressionante. Realmente, hoje, mais que nunca vejo que ela tinha um dom especial da maternidade.
Deo gratias!
Minha
querida Mãe Josefa Maria da Conceição
(Dona Cecília), nasceu no dia 20 de
dezembro numa bela tarde de quarta-feira, do Ano do Senhor de 1950, às 13:00h, na sua residência no Engenho Primavera do Município de Limoeiro, na Zona
da Mata Norte Pernambucana.
Era
filha do senhor Severino José do
Nascimento (Paesinho), que nasceu no Ano do Senhor de 1925, na região da cidade de Passira, Pernambuco. E
de Dona Otília Maria da Conceição
nascida no Ano do Senhor de 1928, em Vitória de Santo Antão, Pernambuco.
Dona Cecília, como chamada por todos, casou-se no religioso no dia 1º de
dezembro do ano de 1991, às 15:00h na Capela de Santo Antônio – Apoti -
Paróquia Nossa Senhora da Glória da Diocese de Nazaré da Mata – Pernambuco,
com o Senhor Genésio Francisco dos
Santos nascido no dia 20 de dezembro numa manhã de sábado, do ano do
Senhor de 1947, às 9:00h, na sua residência em três Lagoas, Município de
Limoeiro, Pernambuco. O casamento foi realizado perante o Rev.mo. Pe. Manuel Messias Laurindo dos Santos, na presença das
testemunhas José Reis Nogueira Filho
e José Francisco dos Santos.
O
meu querido pai o senhor Genésio
Francisco dos Santos é filho do senhor Severino Francisco dos Santos (Não temos documentação nenhuma do meu a avô paterno), e de Dona Maria Severina da Silva (Dona Maria Chaga com era conhecida por todos),
nascida no dia 19 de março (sexta-feira)
do Ano do Senhor de 1909, em sua residência no Sítio Tiúma, Pernambuco. O ano correto do nascimento de vó Maria, é o de 1901, pois mudaram para 1909; um grande erro quando foram tirar os seus documentos para a sua aposentadoria, por que ela não tinha nenhuma documentação.
A
menina Cecília era muito graciosa, de olhos vivos e um pouco sapeca como
costuma-se dizer com as crianças que aqui e ali fazem uma travessura, o que é
bastante normal na vida das crianças. No entanto, todos ao vê-la enxergava nela
bondade, pois era bastante carinhosa. Pude perceber bem, isso, diante da
criação que nos deu. Uma mulher de fibra! Sempre trabalhou muito duro para
criar juntamente com meu querido pai Genésio Francisco dos Santos, os seus
muitos filhos, em número de quatorze. Mas quatro deles morreram ainda crianças.
Meus pais sempre nos contavam suas histórias de trabalho duro e árduo,
principalmente nos primeiros anos de noivado. Por isso, nunca aprenderam a ler
nem escrever, pois não tiveram a oportunidade de estudar devido aos muitos
trabalhos para o sustento dos seus filhos. Por causa disso, eles queriam que
todos nós estudássemos para não termos a vida sacrificada como a deles, nos
diziam. Mas nem por isso deixaram de ser bons pais. Foram e são maravilhosos
para nós. Vejo muitos casais com um alto grau de estudos mas não tem a
experiência de bons pais de família.
Lembro-me
muito bem que até a década de 1990, não possuíamos eletricidade em casa e por isso
graças ao bom Deus, não tendo televisão em casa para nos entreter, ficávamos brincando em redor de nossa casa, e muitas vezes sentados a frente de nossa casa, ou na sala, escutando suas histórias, que ela contava para suas visitas,
parentes e amigos e também para nós. Apenas escutávamos pois, como éramos crianças não podíamos
entrar nas conversas dos adultos. Isso jamais poderia acontecer! Ela não permitia. Mas também nos
contava em outras ocasiões suas histórias de vida. mesmo sem entendê-las as vezes, eu achava belas e a minha imaginação fluía. Porém, como éramos crianças, não entendíamos bem a
seriedade que traziam estas histórias de sua vida. Com um tempo é que começamos
a perceber a importância delas, principalmente após a sua partida deste mundo
no ano de 2005.
Pela
criação que recebeu de seus pais, um pouco forte, pois sua mãe, Dona Otília,
tinha um temperamento bastante forte, ela herdou um pouco desse temperamento. No
entanto, ela não exerceu este temperamento sobre nós, porque era de uma bondade
imensa. Quem conheceu Dona Cecília pode bem dizer que era uma mulher de grande
coração e de uma moral ilibada, incapaz de fazer o mal a quem quer que seja,
uma alma justa e era muito sincera em suas colocações. Pude bem perceber isso na ocasião do seu velório, ao aparecer
pessoas que nunca tinha visto e falava de modo tão bem dela, que fiquei
bastante impressionado com aqueles depoimentos. Jamais esquecerei aqueles
momentos.
Às
vezes éramos castigados por ela, quando fazíamos as nossas travessuras. Coisa bastante
normal na vida familiar. Imaginem uma casa com dez filhos e, por este motivo,
hoje somos graças a Deus, homens de bem. Nenhuma sequela psicológica em nenhum
de nós. Pois ela sabia muito bem os momentos certos de nos chamar atenção.
Minha
cara mãe, mulher de grande bondade, era muito discreta. Uma mãe sempre
presente. Boa esposa, boa mãe, boa irmã, boa amiga, etc. Era muito preocupada
com o próximo. Principalmente quando ouvia dizer que alguém estava passando
necessidades, fazia o possível para socorrê-los. Quando não podia ajudar a quem
estava precisando, ficava triste por não poder dar a ajuda necessária, no
entanto, fazia o possível para arranjar o que pudesse para dar ao menos um
alívio ao seu próximo. Eu, ainda muito pequeno, não conseguia entender estas
suas atitudes. Só mais tarde, quando adquiri mais anos de vida, é que fui
percebendo esses pequenos, mais a meu ver grandes gestos. Depois soube que isso era a verdadeira Caridade cristã.
Sua
mãe, Dona Otília Maria da Conceição
voltou para Deus em 06 de janeiro do ano de 1986, no Hospital Regional José Fernandes
Salsa em Limoeiro, Pernambuco. E seu pai o Senhor
Severino José do Nascimento (Paesinho)
voltou para Deus no ano de 2006.
Minha
querida Mãe partiu desta vida ao encontro do bom Deus no dia 29 de maio de
2005, era um belo dia de domingo, o dia do Senhor, às 12h:30min, na sua
residência, de morte súbita, quando estava a mesa almoçando com seu esposo e
filhos num momento descontraído como era comum em minha casa. Tinha 54 anos de
idade. Este foi o dia mais triste de minha vida e também dos meus irmãos. Todos
nós estávamos reunidos na encomendação do seu corpo, exceto minha irmã mais
velha, Maria Francisca da Conceição, que mora em São Paulo e estava grávida e, por esse motivo foi aconselhada a não comparecer devido a sua gravidez. O
Rev.mo Padre Severino Fernandes fez a encomendação do seu corpo e celebrou a
missa de sétimo dia na Capela de Santo Antônio de Pádua na vila de Apoti,
Pernambuco. Pois morávamos nesta Vila desde abril 1984.
Posso
dizer com muita convicção, que dois momentos causaram um grande impacto em
minha vida. São eles: o dia em que deixei a casa paterna para ingressar no
Mosteiro de São Bento de Garanhuns em dezembro do ano 2000, precisamente no dia
28. O outro momento, foi o dia do falecimento de minha venerada mãe. O
primeiro, sentia uma mistura de alegria e tristeza. Alegria de realizar meu tão
esperado sonho, pois ia ingressar na vida monástica; que já esperava a três
anos, e tristeza por deixar minha cara família. E o pior! Ela não queria que eu
ingressasse no Mosteiro, e sempre dizia: “Eu não queria que você fosse para o
Mosteiro, mas se é para o seu bem!”. E acrescentava: “Queria mesmo é que todos
morassem junto de mim”. O desejo de toda mãe.
Hoje,
sei muito bem que os tempos são outros. Ao ver tantos pais que nem sabem se relacionar os com seus filhos e nem os filhos com seus pais. E nesse
afastamento familiar uma desestrutura familiar de grandes proporções, vai se instalando em nossa sociedade. E como estamos percebendo aí o grande caos social.
Agradeço
todos os dias ao meu bom Deus, pelos meus pais e irmãos. Amo a todos!
ALGUMAS DAS SUAS
FRASES
Josefa Maria da Conceição
(Dona Cecília)
(*1950 +2005)
- “Não desejo riquezas, quero apenas o necessário E um lugar onde eu possa viver
tranquilamente. De preferência, num sítio, vivendo do meu trabalho".
- “Sou muito grata a Deus, pelo esposo e por todos os filhos que ele me deu".
- “Amo todos os meus filhos e não quero perder nenhum deles, mesmo tendo muitos!
Porque cada um para mim é único!"
- “Amo todos os meus filhos! Cada um deles para mim é único!"
- “Nasci católica, vou morrer católica! Pois, foi esta a religião que meus pais me
ensinaram. E passei para os meus filhos".
- “Minha alegria é vê meus filhos, todos, bem encaminhados na vida!"
- “Peço sempre a Deus uma morte bem rápida, para eu não dar trabalho àqueles que
amo!"
- “Não tenho medo da morte, porque sei que depois terei descanso. E que Deus me
tire deste mundo quando Ele achar melhor!"
- “Hoje, quando vejo todos os meus filhos já criados, digo a Deus que agora pode
me levar quando Ele achar melhor. Pois não tenho medo da morte. E que ele me
coloque num bom lugar".
FOTOGRAFIAS
Os pais de Josefa Maria da Conceição, Senhor Severino José do Nascimento e
Dona Otília Maria da Conceição.
Cecília Jovem
Cecília jovem aos 19 anos de idade.
Engenho Primavera, Pernambuco - Brasil
Fotografia muito expressiva em que a alegria está estampada em seu rosto.
Vila de Apoti, Pernambuco - Brasil
Momentos de alegria
Vila de Apoti, Pernambuco - Brasil
A Árvore Genealógica da Família Francisco Dos Santos As flores na árvore, simbolizam meus irmãozinhos que faleceram quando crianças.
Idealizada e desenhada por Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B
Genealogia
Gilvan Francisco e minha mãe querida.
Vila de Apoti, Pernambuco - Brasil
Em janeiro de 2002
Vila de Apoti, Pernambuco - Brasil
Uma das últimas fotografias de minha Mãe, tirada em janeiro de 2005
com minhas irmãs.
Vila de Apoti, Pernambuco - Brasil
Detalhe da foto anterior
Seu filho o Padre José Francisco colocando flores em sua sepultura.
Cemitério da Vila de Apoti, Pernambuco - Brasil
Seu filho o Dom Gilvan Francisco, O.S.B, colocando flores em sua sepultura.
Cemitério da Vila de Apoti, Pernambuco - Brasil
Sua filha Maria Francisca e seu neto Gabriel Francisco com Dom Gilvan Francisco, O.S.B, em visita a sua sepultura.
Cemitério da Vila de Apoti, Pernambuco - Brasil
Ut In Omnibus Glorificetur Deus (RB 57, 9)