sábado, 18 de julho de 2020

BIOGRAFIA DA SERVA DE DEUS MADRE VITÓRIA DA ENCARNAÇÃO, O.S.C (1661-1715)

Serva de Deus Madre Vitória da Encarnação, rogai por nós. Amém. 


Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B
(Monge Beneditino)
Salvador, Bahia – 18 de julho de 2020

“Agora regozijo-me nos meus sofrimentos por vós, e completo o que falta às tribulações de Cristo em minha carne pelo seu Corpo, que é a Igreja” (Cl 1,24).

DADOS BIOGRÁFICOS

NASCEU: No dia 6 de março de 1661 na cidade do Salvador, Bahia – Brasil.

PAIS: Bartolomeu Nabo Correa, capitão de infantaria e Dona Luísa Bixarxe.

IRMÃ: Madre Maria da Conceição.

INGRESSO NO MOSTEIRO: No dia 29 de setembro de 1686, juntamente com sua irmã mais velha a Madre Maria da Conceição, às 7:00h da manhã com grande piedade.

MORREU: No dia 19 de julho de 1715 (54 anos), no Convento de Santa Clara do Desterro, em Salvador, Bahia – Brasil.

LOCAL DA SEPULTURA: Convento de Santa Clara do Desterro, Salvador, Bahia – Brasil.

ABERTURA DO PROCESSO DIOCESANO PARA A BEATIFICAÇÃO E CANONIZAÇÃO: No dia 19 de novembro de 2019, no Convento de Santa Clara do Desterro, Salvador – Bahia.

ATRIBUTOS: Crucifixo, lírio, caveira, disciplina, cilício.

PADROEIRA: Protetora dos viajantes, auxiliadora dos pobres e doentes, restituidora de pessoas e objetos desaparecidos. 

- Tela de Madre Vitória no Convento do Desterro, Salvador - Bahia. 
Encomenda pelo Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil o 
Reverendíssimo Dom Sebastião Monteiro da Vide, SJ


Inscrição: “Tela da Venerável Madre Soror Vitória da Encarnação, religiosa de singulares virtudes, que floresceu neste convento e faleceu em 19 de julho de 1715, de idade de 54 anos. Por ordem do Ilustríssimo Senhor Arcebispo Sebastião Monteiro da Vide, que também lhe escreveu a sua vida”. 


BIOGRAFIA DA SERVA DE DEUS MADRE VITÓRIA DA ENCARNAÇÃO, O.S.C
(1661-1715)  

No dia 19 de julho, do ano de 1715, morria no Convento de Santa Clara do Desterro, na cidade do Salvador da Bahia, a Venerável Madre Vitória da Encarnação, O.S.C, religiosa monja professa da Ordem de Santa Clara de Assis, com grande fama de santidade. Monja muito penitente e de grandes virtudes. Possuía uma bondade extraordinária para com todos e alma mística. Assim, ela viveu as virtudes da fé, esperança e caridade no meio de suas irmãs de hábito em seu convento. No entanto, sua fama de santidade e bondade não se restringiu apenas ao seu convento do Desterro, mas, fora dele. Por esse motivo, já no século XVIII esta monja Clarissa era venerada por todos aqueles que conheciam a sua vida de santidade ou até quando ouvia falar da Madre Vitória da sua bondade para com todos. Principalmente os mais necessitados. Prova disso, era o grande amor paternal e veneração que lhe tinha o Arcebispo de São Salvador e Primaz do Brasil, o Ilustríssimo e Reverendíssimo Dom Sebastião Monteiro da Vide, SJ (1643-1722), o qual encomendou logo após a morte da Reverenda Madre Vitória que fosse pintada uma tela em grandes proporções em sua homenagem. Esta tela atualmente se encontra na cela onde morreu a religiosa na qual traz a seguinte inscrição: “Tela da Venerável Madre Soror Vitória da Encarnação, religiosa de singulares virtudes, que floresceu neste convento e faleceu em 19 de julho de 1715, de idade de 54 anos. Por ordem do Ilustríssimo Senhor Arcebispo Sebastião Monteiro da Vide, que também lhe escreveu a sua vida”.

Cinco anos após a morte da Madre Vitória, o mesmo Arcebispo Dom Sebastião Monteiro, escreveu um livro sobre as suas virtudes com o título: História da Vida, e Morte da Madre Soror Victória da Encarnação, dedicando este brilhante trabalho às Reverendas Madres do Convento do Desterro. Esta obra foi editada somente em Roma, Itália. Livro muito importante para o conhecimento da personalidade da Madre Vitória, onde o arcebispo mostra de maneira brilhante e clara, detalhes da existência dessa alma iluminada pelo Espírito Santo.

MADRE VITÓRIA DA ENCARNAÇÃO, O.S.C nasceu no dia 06 de março do ano de 1661 na cidade do Salvador da Bahia. Era filha do capitão de infantaria Bartolomeu Nabo Correa e de Dona Luísa Bixarxe, que eram nobres e bastante virtuosos. Este casal tiveram cinco filhos. Um homem e quatro mulheres, dos quais três morreram crianças, ficando assim, duas meninas. Estas foram criadas com uma esmerada educação e com muita devoção e recolhimento sendo isso bastante notório para toda a cidade do Salvador.

O Sr. Bartolomeu, desejando formar mais na fé religiosa a sua querida filha Vitória, fala com a jovem moça a respeito do ingresso no recolhimento do Desterro, tentando assim convencê-la do ingresso no mesmo, mas, a jovem moça não concordando com a proposta do seu pai, lhe diz que jamais entraria nesse lugar, pois ela possuía um certo horror a este ambiente. Assim dizia ela: “É mais fácil me cortar a cabeça do que escolher o estado religioso”. Tal era a repugnância que esta possuía da vida no convento. Mesmo assim, o senhor Bartolomeu busca ajuda do padre jesuíta João de Paiva para tentar convencer a jovem. Mas, nada nem ninguém a convencia do seu modo de pensar. Até aí Vitória nem imaginava os planos que Deus reservava para ela. Os caminhos do Senhor são diferentes dos nossos caminhos.

Certo dia, algo acontece na vida da jovem Vitória. Numa noite qualquer, a pobre menina teve um sonho que muito lhe intrigou. Porém, ela, ainda diante desse primeiro toque da mão divina, nada percebeu sobre a vontade de Deus no tocante a sua vida. Estava sem dúvida decida em nunca abraçar a vida de religiosa. Certamente pensara ela ser mais um sonho entre tantos outros que tivera. Mas, Deus a queria de todo jeito junto a si.

Certa noite ela sonhara com Nossa Senhora e o Menino Jesus que lhe mostraram umas flores muito belas e cheirosas. Vitória lhes pedem algumas, mas, o Menino Jesus lhe manda que fosse busca-las no convento do Desterro porque lá havia com abundância e ela recusou o pedido de Jesus. (VIDE, VII, 1720, p. 12). Tal era o desprezo que a jovem possuía por este lugar. Este foi apenas o primeiro sonho preparatório para a mudança de Vitória. Mais dois sonhos estavam para vir.

Não bastando este primeiro toque da mão divina de Deus, um segundo sonho lhe veio numa outra noite. Na qual sonhara que estava em companhia do Menino Jesus andando por um campo colhendo flores, e o Menino a levava por um caminho que ela não sabia (não conhecia), e que advertindo que guiava para o convento do Desterro, ela lhe dizia: “Meu Menino para o Desterro nada, ide vós se quereis? Mas eu não”. E dizendo isto fugia correndo para casa. (VIDE, VIII, 1720, p. 13).

Mas a menina ainda não entendia o que estava acontecendo diante destes avisos que o bom Deus lhe mandara a respeito de sua futura vocação religiosa. Ou ainda por sua pouca idade e faltando os conhecimentos nestes assuntos de religião, ou mesmo por não desejar pensar no recolhimento do Desterro. E até aí não fazia nenhuma reflexão sobre estes acontecimentos oníricos que até então tivera. Por ela não se aperceber da bondade e dos planos que o Senhor lhes preparara, um terceiro sonho lhe é apresentado e, este, não tem mais as flores costumeiras dos dois anteriores mas, um sonho assustador enchendo-lhe de medo para que assim seja clara a sua santa vontade. E assim, Deus lhe toca com mais pesada mão.

Em mais uma noite, a jovem Vitória “sonha que estava a navegar em um grande navio, e em companhia de muitos passageiros, dos quais alguns deles estava sentados em cima da cobertura soprando-lhe um vento brando e favorável, e prosseguiam alegres e contentes a sua viagem; e outros dos quais se achavam também a jovem Vitória, metidos debaixo da coberta, e quase submergidos em água suja e fétida esperavam e temiam a morte em momentos. E perguntando ela sem saber a quem, a causa da desigual sorte de uns, e outros navegantes? Lhes foi respondido (seria sem dúvida pelo seu anjo da guarda, que qual outro Daniel lhe interpretou o sonho) que nos que estava em cima da cobertura se representavam os religiosos, que sempre alegres e contentes pela paz, e sossego da boa consciência navegam na possante não da religião o tempestuoso mar do mundo ao Porto da glória. E que nos de baixo da cobertura temiam o naufrágio significavam os mundanos, que engolfados no turvo e fétido lodo de suas culpas, como desventurados baixeis se vão pouco a pouco submergindo no mar da morte, e abismo de penas infernais (VIDE, X 1720, p. 14-15).

Foi através deste toque mais severo de Deus que a jovem Vitória despertou não só do sonho, a qual estava banhada em suores frios, naquela noite, e muito arrependida, mas, também do seu obstinado horror de seguir o Cristo na vida religiosa. Por isso, pediu perdão à Divina Majestade propondo com muita firmeza de ingressar na segura Barca da religião para evita o miserável naufrágio, que lhe mostrara o triste, e funesto sonho. E para a surpresa de todos, o milagre acontece. Vitória pede com insistentes rogos ao pai que deseja ingressar o mais rápido possível no convento do Desterro. Assim, como antes ela estava certa que não desejaria ingressar jamais naquele lugar, agora estava mais convicta ainda que deveria logo ingressar naquele convento. Pediu a seu pai instantemente posta de joelhos, que assim a ela como a sua irmã as recolhesse no mosteiro do Desterro com a maior brevidade, que lhe fosse possível (VIDE, XI, 1720, p. 16).

No dia 29 de setembro de 1686, ingressam no convento do Desterro na cidade do Salvador a Madre Vitória da Encarnação e sua irmã mais velha a Madre Maria da Conceição às 7:00h da manhã com grande piedade. Seus votos religiosos foram professados na Festa das onze mil Virgens, em 21 de outubro memória de Santa Úrsula, tendo como pregador M.R.P.M Frei Euzébio de Matos (Ordem dos Carmelitas).

Madre Vitória teve uma intensa vida de oração e fazia rigorosas penitências por todos, alcançando através delas uma extraordinária vida mística e muitos benefícios para o seu próximo. Por sua entrega sincera e total a Cristo seu Senhor e Redentor, realizou curas milagrosas principalmente após a sua morte. Nos relatos de sua vida e virtudes vemos vários casos de milagres que ocorreram por suas incessantes preces e muitas penitências que fazia. Esta serva de Deus alcançou aquele cume da iluminação do Espírito Santo, próprio dos santos místicos do cristianismo, ou seja, ela compreendeu de modo pleno o valor dos sofrimentos para a salvação das almas e para a maior glória de Deus. Por isso, nunca rejeitou nenhum fardo por maior que fosse. Sempre encontrou forças no Cristo para enfrentar com coragem e amor a sua pesada cruz. Como nos ensina o Magistério da Igreja: “Se um homem se torna participante dos sofrimentos de Cristo, isso acontece porque Cristo abriu o seu sofrimento ao homem, porque ele próprio, no seu sofrimento redentor, se tornou, num certo sentido, participante de todos os sofrimentos humanos. Ao descobrir pela fé, o sofrimento redentor de Cristo, o homem descobre nele, ao mesmo tempo, os próprios sofrimentos, reencontra-os, mediante a fé, enriquecidos de um novo conteúdo e com um novo significado” (SALVIFICI DOLORIS n. 20).

Olhando para os muitos benefícios que ocorreram na sua existência pelo seu intermédio e orações, bem como após a sua santa morte, esta serva de Cristo é sempre invocada como a protetora dos viajantes, auxiliadora dos pobres e doentes, restituidora de pessoas e objetos desaparecidos. E, por causa deste grande amor que possuía, podemos aplicar a ela a bela passagem do Evangelho: “Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros. Como eu vos amei, amai-vos também uns aos outros. Nisso reconhecerão todos que sois meus discípulos se tiverdes amor uns pelos outros” (Jo 13, 34-35). E ainda: “Só um coração silencioso é capaz de um verdadeiro amor, não somente amor a Deus na contemplação, mas também amor aos outros”. (LELOUP, 2003, p. 43). Assim foi a vida dessa grande Abadessa do Desterro.

Madre Vitória da Encarnação faleceu com grande fama de santidade no dia 19 de julho do ano de 1715 no Convento do Desterro na cidade do Salvador. Os seus restos mortais repousam na igreja do convento. Morreu apenas com o seu hábito monja, pois, tinha dado tudo o que possuía. Ela fez o seu trânsito pobremente a exemplo do seu Seráfico Pai São Francisco de Assis e sua Mãe Santa Clara de Assis e como pede a sua Regra de vida. (cf. VIDE, XCV, p. 116).

Peçamos sempre a intercessão da Madre Vitória da Encarnação para que ela nos ajude a sermos mais fiéis aos projetos de Deus em nossas vidas. Em relação à vida da Madre Vitória podemos aplicar o que disse São Pedro na sua primeira carta para os cristãos: “Assim, aqueles que sofrem segundo a vontade de Deus confiam suas almas ao fiel Criador, dedicando-se à prática do bem” (1Pd 4,19). 


ORAÇÕES À MADRE VITÓRIA DA ENCARNAÇÃO, O.S.C


ORAÇÃO À MADRE VITÓRIA DA ENCARNAÇÃO, O.S.C

- Esta é a mais antiga oração dirigida a serva de Deus Madre vitória da Encarnação, feita por uma monja do seu convento do Desterro que estava em perigo de morte e foi curada de imediato. (VIDE, CXV, 1720, p. 134).

Minha Madre Vitória (minha afilhada do meu coração), vós não éreis tão caridosa em curar os doentes quando vivia? Não prometestes, que se vos vísseis diante de Deus nos socorreríeis? Pois vos peço me valhais, e me alcanceis do mesmo Soberano Senhor, tirar-me esta dor, que tanto me atormenta.


ORAÇÃO À MADRE VITÓRIA DA ENCARNAÇÃO, O.S.C

Pai Santo, tu quiseste que tua filha, Vitória da Encarnação, respondesse generosamente ao amor de teu Filho crucificado, contemplando intensamente a sua Paixão. Seu exemplo nos inspire a olhar para a cruz com amor e a participar de perto do sofrimento de nossos irmãos e irmãs. Suplicamos-te, pois, que ela seja elevada à glória dos altares; e que sua intercessão nos obtenha a graça que, confiantes, te pedimos (pede-se a graça). Por Cristo nosso Senhor. Amém.

IMPRIMATUR
Salvador, 25 de março de 2016

+ Murilo Sebastião Ramos Krieger, scj
Arcebispo de São Salvador da Bahia e Primaz do Brasil.


ORAÇÃO PARA A BEATIFICAÇÃO E CANONIZAÇÃO DA SERVA DE DEUS
MADRE VITÓRIA DA ENCARNAÇÃO, O.S.C

- Ó Coração Eucarístico de Jesus, que debaixo das espécies sacramentais, dia e noite até a consumação dos séculos, estais oculto no Santíssimo Sacramento do Altar, sempre pronto e solícito para ouvir as nossas preces e atender as nossas súplicas, nós, confiados na vossa misericórdia infinita e no vosso mais santo amor, aqui estamos a vos rogar a glorificação da vossa serva fiel, Madre Vitória da Encarnação.

(Pai Nosso, Ave Maria, Glória ao Pai)

- Senhor, Vós que com a vossa graça, fizestes da Madre Vitória, devota ardente da vossa Sagrada Paixão, a tal ponto que procurou copiar em si, perfeitamente esta mesma Paixão, com fervorosas orações, contínuos jejuns e rigorosas penitências, ouvi benigno os nossos rogos.

(Pai Nosso, Ave Maria, Glória ao Pai)

- Ó Jesus, em nome também das almas que penetraram a pátria celeste por intermédio da Venerável Madre, que não cessava de rezar e de se disciplinar em favor das almas do purgatório, ouvi os nossos rogos pela glorificação desta vossa serva. (Faz-se o pedido). Enfim, Senhor, no vosso Coração Eucarístico depositamos este pedido: Que a Madre Vitória da Encarnação seja elevada à honra dos altares, para a vossa maior glória, triunfo da vossa Igreja e também para a glória da pátria brasileira que vive sob a guarda da vossa Santa Cruz. Amém.

(Pai Nosso, Ave Maria, Glória ao Pai)


COROA À MADRE VITÓRIA DA ENCARNAÇÃO, O.S.C
(Para devoção privada)

COMO REZAR:

Reza-se:

- O CREDO
- O PAI NOSSO
- E TRÊS AVE MARIA

Nas contas grandes reza-se:

- Deus onipotente e eterno, a quem Madre Vitória serviu de todo o coração, pela intercessão da mesma Madre, atendei às nossas súplicas.

Nas contas pequenas reza-se:

- Madre Vitória da Encarnação, rogai por nós!

(As 54 contas pequenas representam a idade que tinha a Madre, quando faleceu. Estão divididas em seis grupos de nove contas.







GRAÇAS ALCANÇADAS FAVOR INFORMAR PELO ENDEREÇO:

Convento de Santa Clara do Desterro
Rua Santa Clara, s/n – Nazaré
CEP: 400040-450 – Salvador – Bahia.


REFERÊNCIAS

VIDE, Sebastião Monteiro. História da Vida, e Morte da Madre Soror Victória da Encarnação: Religiosa Professa no Convento de Santa Clara do Desterro da Cidade da Bahia. Roma: Na Estamparia de Joam Francisco Chracas, 1720.

Ut In Omnibus Glorificetur Deus (RB 57, 9)




quinta-feira, 4 de junho de 2020

DEVOÇÃO DIRIGIDA EM SOCORRO DAS ALMAS, O TERÇO E O OFÍCIO EM SUFRÁGIO DAS ALMAS DO PURGATÓRIO


Rezemos sempre pelas almas dos nossos irmãos falecidos. 

Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B
(Monge Beneditino)
Salvador, Bahia – 04 de junho de 2020

“Eu sou a ressurreição. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá. E quem vive, e crê em mim, jamais morrerá. Crês nisso?” (Jo 11, 25-26).

Às segundas-feiras é o dia dedicado as orações de sufrágios pelas almas do Purgatório. Mas, rezemos sempre por elas com frequência, pois, precisam de nossas orações porque após a morte elas nada mais poderão fazer por si.

Não farei aqui uma análise dos novíssimos da Igreja, ou seja, Céu, Inferno e Purgatório. Pois, objetivo deste texto é mostrar um pouco a importância da devoção (ajuda) e o respeito que devemos ter em relação às almas dos nossos irmãos que já nos precederam na morte. Deixo já bem claro a todos que o Santo Sacrifício Eucarístico (a Missa) é o ato por excelência para a salvação de todos aqueles que morreram pois, ele é o grande Sacrifício de Cristo nosso Senhor e Salvador. O meu intento aqui, é dar a conhecer outras pérolas retiradas do grande tesouro da Igreja, ou seja, algumas orações inspiradas pelo Espírito Santo ao longo dos séculos.

Muitos cristãos não conhecem tais orações e sua eficácia diante de Deus todo-poderoso. Outros já as conhecem, porém, muitos deles não desejam rezar pelas almas dos que faleceram, porque tem medo destas orações. Medo por causa das suas superstições em relação a morte. Já ouvi muitos dizerem que não rezam por aqueles que morreram porque tem que rezar para sempre e, se um dia deixarem de o fazer, as almas virão pedir-lhe. E por pensarem assim, nunca rezam por elas. Esse modo de pensar é totalmente errôneo. Rezar pelos que morreram é um ato nobre e um ato de caridade e de misericórdia. Devemos, sim, pedir sempre a misericórdia de Deus para os nossos irmãos falecidos. Porque eles precisam muito das nossas orações. Por isso, a Igreja em sua grande sabedoria nos ensina que existe os três níveis da Igreja, a Igreja Militante, a Igreja Padecente e a Igreja Triunfante.

A Igreja militante, somos todos nós, que aqui estamos na terra, a caminho da salvação, ainda em marcha e lutando contra os nossos pecados, para que assim, um dia, entremos na glória de Cristo, ou seja, o céu. Enquanto que, a Igreja padecente é constituída pelas almas dos nossos irmãos falecidos que já estão salvos mas, ainda não estão totalmente purificados dos seus pecados. Daí a necessidade de ajuda-los a chegarem mais rápido através das nossas orações e sacrifícios em seu favor, suplicando para eles a misericórdia de Deus. Portanto, a Igreja afirma que eles estão no Purgatório, que é um lugar de purificação das penas que não foram apagadas em suas vidas na terra e, neste lugar, purgam estas penas, purificando-se totalmente delas, para que assim, possam entrar e gozar da glória de Deus, juntando-se eles a Igreja triunfante que são aquelas as almas que já se purificaram das manchas dos pecados e entraram na glória de Deus junto a Santíssima Virgem Maria e os anjos. Isto é, a multidão dos Santos. Fiquemos certos que segundo a Igreja o Purgatório não é um lugar físico, mas, uma condição de existência.

Para aprofundar mas este assunto sobre as penas dos pecados, as indulgências e outros a temas, consultemos o Catecismo da Igreja Católica, precisamente nos números 1471-1479.

O mesmo Catecismo, bem como a Constituição Dogmática sobre a Igreja, Lumem Gentium nos ensinam que:

Reconhecendo cabalmente esta comunhão de todo corpo místico de Jesus Cristo, a Igreja terrestre, desde os tempos primevos da religião cristã, venerou com grande piedade a memória dos defuntos [...] e ‘já que é um pensamento santo e salutar rezar pelos defuntos para que sejam perdoados de seus pecados’ (2Mc 12,46), também ofereceu sufrágios em favor deles”. A nossa oração por eles pode não somente ajudá-los, mas também tornar eficaz a sua intercessão por nós (CIC n.954). (cf. LG n.50).

No segundo livro de Macabeus capítulo 12 vemos uma passagem das mais interessantes em relação a doutrina do Purgatório, que segundo a Tradição da Igreja, é um local onde as almas esperam a salvação eterna. Neste ambiente, as pobres almas expiam os pecados que não conseguiram apagar nesta vida. Quem vai ao Purgatório já estão salvos segundo a Igreja. Como só podem entrar no céu quem está totalmente livres dos pecados, assim é necessário que expiem as penas que não conseguiram apagar aqui na terra. Por isso, elas necessitam de nossos sacrifícios e orações. Vejamos a atitude de Judas Macabeus para aqueles soldados que morreram na batalha por Jerusalém e foram encontrados ídolos pagãos escondidos em suas vestes, assim desagradando ao Senhor Deus de Israel.

No dia seguinte, sendo já urgente a tarefa, vieram encontrar Judas para recolher os corpos dos que haviam tombado, a fim de inumá-los junto com seus parentes, nos túmulos de seus pais. [...]. Todos, pois, tendo bendito o modo de proceder do Senhor, justo juiz que torna manifesta as coisas escondidas, puseram-se em oração para pedir que o pecado cometido fosse completamente cancelado. [...]. Depois, tendo organizado uma coleta enviou a Jerusalém cerca de duas mil dracmas de prata, a fim de que se oferecesse um sacrifício pelo pecado: agiu assim absolutamente bem e nobremente, com o pensamento na ressurreição. De fato, se ele não esperasse que os que haviam sucumbido iriam ressuscitar, seria supérfluo e tolo rezar pelos mortos. Mas, se considerava que uma belíssima recompensa está reservada para os que adormecem na piedade, então era santo e piedoso o seu modo de pensar. Eis por que ele mandou oferecer esse sacrifício expiatório pelos que haviam morrido, a fim de que fossem absolvidos do seu pecado (2Mc 12,38-45).

Judas Macabeus e outros tinham a crença na ressurreição mortos. Se não tivessem, eles não teriam oferecido um sacrifício o Templo pelo pecado dos que morreram desagradando ao Senhor Deus de Israel.

No século XI d.C, temos outro grande gesto de caridade pelos nossos irmãos falecidos. O Abade Geral da importante Abadia de Cluny, na França, Santo Odilon (962-1049), decreta na Congregação Cluniacense um dia de missas e Ofícios em sufrágio dos irmãos monges falecidos. O Espírito Santo sempre ilumina e inspira a Igreja em todas as épocas. O Martirológio Romano Monástico nos dar essa informação no dia 02 de novembro na memória de todos os fiéis defunto:

Comemoração de todos os Fiéis Defuntos, dia em que a Igreja intercede por seus membros adormecidos na morte e sofrem uma última purificação antes de entrarem na Glória. Esta celebração litúrgica deve sua origem a Santo Odilon, abade de Cluny, que foi o primeiro a prescreve-la para todos os mosteiros beneditinos. (Martirológio Romano-Monástico, 1997).

Assim podemos ver no Ofício Litúrgico da memória dos Santos Abades de Cluny, o qual se celebra no dia 11 de maio. Este ofício traz uma antífona muito bela sobre o Abade Santo Odilon (962-1049) que diz: “Adorável caridade do coração de Odilon revelou-se na sua compaixão pelos defuntos, pelos quais determinou sufrágios cada ano” (Liturgia das Horas – Rito Monástico). Foi este santo Abade quem primeiro instituiu a comemoração de todos os fiéis defuntos, celebração que hoje conhecemos por dia de finados. Quando este era Abade Geral da Congregação de Cluny, pediu para todos os mosteiros da mesma Congregação em número de quase mil mosteiros espalhados pela Europa, que fizesse um dia de Missas e sufrágios por todos os irmãos monges da Congregação falecidos. Daí, mais tarde, a Sé Apostólica sabendo de tão grande gesto de caridade do santo Abade Odilon de Cluny, decretou que esta memória fosse celebrada em toda a Igreja. Ou seja, a memória de todos os fiéis defuntos, que celebramos no dia 02 de novembro, ou dia de finados.

Muitos pensam que devemos rezar pelos mortos apenas no dia da sua passagem deste mundo, encomendação do corpo do defunto, na Missa de sétimo dia, bem como no dia de finados. Ao pensarem assim estão enganados ou mal informados na Doutrina da Igreja Católica. Pois ela nos ensina que devemos rezar sempre pelos nossos entes queridos e por todos aqueles que já nos precederam na morte.

Consultemos o Catecismo da Igreja, e veremos o que nos fala a Doutrina em relação às almas do Purgatório e sobre aqueles que sofrerão a separação de Deus após esta vida terrena:

O ensinamento da Igreja afirma a existência e a eternidade do inferno. As almas dos que morrem em estado de pecado mortal descem imediatamente após a morte aos infernos, onde sofrem as penas do Inferno, “o fogo eterno”. A pena principal do Inferno consiste na separação eterna de Deus, o Único em quem o homem pode ter a vida e a felicidade para as quais foi criado e às quais aspira (CIC n.1035).

A Igreja sempre foi inspirada pelo Espírito Santo, sendo assim, ela tem a autoridade e o poder de nos ensinar e nos ajudar no conhecimento de Deus e de nós mesmos.  Por isso, o seu Magistério nos diz: “A Igreja ensina que cada alma espiritual é diretamente criada por Deus – não é “produzida” pelos pais – e é imortal: ela não perece quando da separação do corpo na morte e se unirá novamente ao corpo na ressurreição final” (CIC n.366).  E, mais adiante, podemos ver na mesma Doutrina que somos constituídos de corpo e alma e que somos espiritual e imortal, criados unicamente por Deus. “O homem é “corpore et anima unus” (uno de corpo e alma). A doutrina da fé afirma que a alma espiritual e imortal é criada diretamente por Deus” (CIC n.382). Nisto está o grande valor do ser humano.

É bastante interessante o conceito de alma na Sagrada Escrituras onde ela está relacionada muitas vezes a vida humana e a pessoa humana inteira. Se formos a passagem do Evangelho segundo São Mateus quando Jesus chama os seus discípulos a segui-lo dando-lhes as condições para esse seguimento, podemos ver com clareza essa questão (cf. Mt 16,25-26). E igualmente no Evangelho segundo São João (cf. Jo 15,13). Saibamos que a alma humana é o mais íntimo do homem e o que existe de maior valor no homem. Vejamos o que nos diz o Catecismo da Igreja:

Muitas vezes o termo alma designa na Sagrada Escritura a vida humana ou a pessoa humana inteira. Mas designa também o que há de mais íntimo no homem e o que há nele de maior valor, aquilo que mais particularmente o faz ser imagem de Deus: “alma” significa o princípio espiritual no homem (CIC n.363).

E prossegue o mesmo Catecismo dizendo:

O corpo do homem participa da dignidade da “imagem de Deus”: ele é corpo humano precisamente porque é animado pela alma espiritual, e é a pessoa humana inteira que está destinada a tornar-se, no Corpo de Cristo, o Templo do Espírito (CIC n.364).

Outro documento do Magistério muito importante que deve ser consultado em relação ao sufrágio das almas é o Manual das Indulgências. Muitas pessoas não creem em indulgências, porém, aos que acreditam, deixo aqui as concessões do manual referentes a essa devoção.

Vemos que o Catecismo da Igreja Católica assim se manifesta sobre a doutrina das indulgências: “Pelas indulgências, os fiéis podem obter para si mesmos e também para as almas do Purgatório a remissão das penas temporais, conseqüências dos pecados” (CIC n.1498). Portanto, ao rezarmos pelas pias almas dos nossos entes queridos e outros irmãos que morreram, nós estamos fazendo uma das 7 obras de misericórdia espirituais que diz: “Rogar a Deus por vivos e defuntos”.  (Sétima obra de misericórdia espiritual).

Após consultarmos algumas passagens das Sagradas Escrituras e o Catecismo da Igreja, vejamos agora o Manual das Indulgências e analisemos o que ele nos ensina sobre o modo e a devoção de rezar pelas almas dos nossos irmãos falecidos, bem como o respeito que devemos ter em relação ao lugar onde depositamos os seus restos mortais, ou seja, os nossos cemitérios que são lugares sagrados tanto quanto às Igrejas. Pois aí são guardados os corpos dos nossos entes queridos onde repousam e esperam a ressurreição final na glória de Cristo Criador e Salvador do mundo (cf. Ap 5,12; 21,24).

O Manual das Indulgências, ligado a Tradição da Igreja, assim nos fala: Concede-se indulgência parcial ao fiel que devotamente recitar laudes ou vésperas do ofício dos defuntos” (Manual das Indulgências, n. 18). Ainda nos ensina o mesmo Manual que: “Ao fiel que visitar devotamente um cemitério e rezar, mesmo em espírito, pelos defuntos, concede-se indulgência aplicável somente às almas do purgatório. Esta indulgência será plenária, cada dia, 1º a 8 de novembro; nos outros dias do ano será parcial” (Manual das Indulgências, n. 13). Bem como o número 14 do mesmo Manual assim nos dá esta outra concessão: “Ao fiel que visitar devotamente um cemitério de antigos cristãos ou “catacumba”, concede-se indulgência parcial” (Manual das Indulgências, n. 14).

A Igreja sempre mostrou amor e grande respeito por todos aqueles que já passaram pela morte porque ela tem a certeza da importância da alma humana. Portanto, mostremos a exemplo dela sempre o nosso amor e respeito por todos aqueles que já partiram deste mundo, sejam eles bons ou maus. Cristo morreu para todos; e o julgamento só pertence a Cristo que é justo juiz. Rezemos sempre pelos nossos irmãos que nos precederam na morte porque eles precisam bastante das nossas orações e até de nossos sacrifícios. Lembremo-nos também que um dia morreremos. Sendo assim, nós precisaremos das orações dos que aqui ficarão. Ou seja, precisamos uns dos outros. (cf. Rm 14,7; 1Cor 12,26-27) nos diz o Catecismo que: “Todos os que somos filhos de Deus e constituímos uma única família em Cristo, enquanto nos comunicamos uns com os outros em mútua caridade e um mesmo louvor à Santíssima Trindade, realizamos a vocação própria da Igreja. (CIC n.559), Sobre este assunto também a Constituição Dogmática Lumem Gentium nos ensina (cf. LG n.50).

Lembremos também a jaculatória que a Santíssima Virgem Maria Mãe de Deus, em uma das aparições na Cova da Iria em Fátima, Portugal, ensinou a três crianças, a Serva de Deus Lúcia dos Santos, São Francisco Marto e Santa Jacinta Marto, esta bela oração em nosso socorro e em favor das almas do Purgatório: “Ó meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno, levai as almas todas para o Céu, e socorrei principalmente aquelas que mais precisarem. Esta jaculatória posteriormente foi acrescentada a oração de Santo Rosário após cada dezena.

Rezemos com fé pelos nossos irmãos falecidos, pedindo a poderosa intercessão da Virgem Maria, em seu favor, assim, o bom Deus ouvirá as nossas orações e súplicas e, socorrerá em sua grande misericórdia as pobres almas em suas necessidades e as levará para o seu Reino onde elas gozarão da sua presença, adorando o Cordeiro pelos séculos dos séculos (Ap 7,9-17).

Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B
Salvador, Bahia - 04 de junho de 2020 



Nenhuma forma de devoção substitui a Santa Missa que é o Sacrifício Redentor de Cristo o Cordeiro Imaculado de Deus Pai. 


TERÇO EM SUFRÁGIO DAS ALMAS DO PURGATÓRIO

Para ser rezado na segunda-feira que é dedicada ao sufrágio das almas do Purgatório.

- Credo
- Pai-Nosso
- Ave-Maria
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo...

Nas contas grandes do terço diz:
- Pai-Nosso

Nas contas pequenas do terço diz:
- R/. Repouso eterno dai-lhe Senhor,
- V/. Da Luz perpétua o esplendor.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo...

No final de cada mistério diz:
- Que as almas do Purgatório pela misericórdia de Deus descansem em paz. Amém.

ORAÇÃO
Ó Deus Criador e Redentor de todos os fiéis, concedei às almas de vossos servos a benigna remissão de todos os seus pecados, para conseguirem pelas pias súplicas de vossa Igreja a indulgência a que sempre aspiram. Amém.

- Dai-lhes, Senhor, o eterno descanso, entre os esplenderes da Luz perpétua. Descansem em paz. Amém. 


ORAÇÃO PELOS MORTOS 


Ó Deus, que perdoais e salvais os homens, suplicamos vossa clemência, em favor de (N… e dos outros) nossos irmãos, parentes, amigos e benfeitores que partiram desta vida, para que alcancem, graças à intercessão da Virgem Maria e de todos os vossos Santos, participar da vida eterna. Por Cristo nosso Senhor.

(Diretório Litúrgico da Congregação Beneditina do Brasil)


REFERÊNCIAS

BÍBLIA DE JERUSALÉM. Nova edição, revista e ampliada. São Paulo: Paulus, 2002.

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA. 3ª. ed. / Petrópolis: Vozes; São Paulo: Paulinas, Loyola, Ave-Maria, 1993.

CONCÍLIO ECUMÊNICO VATICANO II. Lumem Gentium – Constituição Dogmática sobre a Igreja, n. 31 / 23ª edição – 2011; 1ª reimpressão – 2012: São Paulo: Paulinas, 2012.

MANUAL DAS INDULGÊNCIAS, normas e concessões. Tradução: Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Revisão Edson Gracindo, 1989.

(MARTIROLÓGIO ROMANO-MONÁSTICO. Adaptado para o Brasil pelos monges do Mosteiro da Ressurreição / Ponta Grossa, PR, 1997).

Outras referências para consulta

EUGÊNIA VON DER LEYEN. Conversando com as almas do Purgatório. Prólogo de Arnold Giullet, prefácio do editor Dr. Peter Gehring. / Tradução de Alphons Gilbert. São Paulo: Ave Maria, 1994.

MÊS DAS ALMAS DO PURGATÓRIO. Mons. Dr. José Basílio Pereira; 12ª edição / Salvador Bahia: Editora Mensageiro da fé Ltda., 1955.

SIMMA, MARIA. Maria Simma e as almas do Purgatório. Editor, João Jorge Albano; Curitiba: Editora Correio da Paz, 1998. 


Ut In Omnibus Glorificetur Deus (RB 57, 9) 






OFÍCIO DAS BENDITAS ALMAS DO PURGATÓRIO


MATINAS
1- Abrirei meus lábios
Em tristes assuntos,
Para sufragar
Aos fiéis defuntos.

2 – Sede em meu favor,
Salvador do mundo,
E das almas santas
Do lago profundo.

3- Nós vos pedimos
Pronta salvação,
Preferindo aquelas
Da nossa intenção.

4- Para que por vós,
Jesus, sumo Bem,
Elas já descansem
Para sempre. Amem.

Hino
1- Deus vos salve, Cristo
Em vossa paixão,
Redentor das almas
Dos filhos de Adão.

2- Por tal benefício,
Público e notório,
Socorrei as almas
Lá do Purgatório.

3- Não entreis com elas,
Senhor, em juízo,
Para que não tenham
Total prejuízo;

4- Porque na presença
Do Crucificado,
Nenhum dos viventes
É justificado.

5- Pelo sacrifício
Da sagrada Missa,
Não useis com elas
Da vossa justiça.

6- Com as tristes almas,
Meu senhor, usai
Das misericórdias
De Deus, vosso Pai.

7- Vós sois o Cordeiro
Todo ensanguentado;
Para o bem das almas
Tão sacrificado.

8- Supra vosso Sangue,
Precioso e santo,
O dever das almas
Que padecem tanto.

9- Peçamos a Deus
A eterna luz
Para os que dormem
Em Cristo Jesus.

10- Ouvi, meu bom Deus,
O deprecatório
Em favor das almas
Lá do Purgatório.

Pai Nosso e Ave Maria...

Oremos
Onipotente e misericordioso Deus Senhor nosso, supremo dominador dos vivos e dos mortos, pelos méritos infinitos do vosso Unigênito Filho, e também pelos merecimentos da sempre Virgem Maria, sua Mãe, e por todos os merecimentos dos bem-aventurados, concedei propício o perdão das penas que merecem as almas dos fiéis defuntos, pelas quais fazemos estas preces, para que livres do Purgatório, vão gozar da eterna glória, por todos os séculos dos séculos. Amém.

PRIMA
1- Sede em meu favor,
Salvador do mundo,
E das almas santas
Do lago profundo.

2- Nós vos pedimos
Pronta salvação,
Preferindo aquelas
Da nossa intenção.

3- Para que por vós,
Jesus, sumo Bem,
Elas já descansem
Para sempre. Amém.

HINO
1- Deus vos salve, excelso
Senhor, compassivo,
Das almas que penam
Entre o fogo vivo.

2-Segundo batismo
Lhe dai, Senhor,
Batismo de fogo
Purificador.

3- Como em Babilônia
Os três inocentes,
Só de vós se lembram
Nas chamas ardentes.

4- Só a vossa clemência
As pode remir
Do fogo que arde
Sem as consumir.

5- Fogo que formastes
Com tais predicados
Para expiação
Dos nossos pecados.

6- Muito mais ativo
Que o calor do sol,
Pior que uma frágua,
Que um vivo crisol.

7- Supra o vosso Sangue
Que é tão meritório
O dever das almas
Lá do Purgatório.

8- Aplacai as chamas
Também o calor,
Daquele tremendo
Fogo expiador.

9- Peçamos a Deus
A eterna luz,
Para os que já dormem
Em Cristo Jesus.

10- Ouvi, meu bom Deus,
O deprecatório
Em favor das almas
Lá do Purgatório.

Pai Nosso e Ave Maria...

Oremos
Onipotente e misericordioso Deus e Senhor nosso, supremo dominador dos vivos e dos mortos, pelos grandes merecimentos da sempre Virgem Maria, sua Mãe, e por todos os merecimentos dos bem-aventurados, concedei propício o perdão das penas que merecem as almas dos fiéis defuntos, pelos quais fazemos estas preces, para que, livres do Purgatório, vão gozar da eterna glória, por todos os séculos dos séculos. Amém.

TERCIA
1- Sede em meu favor,
Salvador do mundo,
E das almas santas
Do lago profundo.

2- Nós vos pedimos
Pronta salvação,
Preferindo aquelas
Da nossa intenção.

3- Para que por vós,
Jesus, sumo Bem,
Elas já descansem
Para sempre. Amém.

HINO
1- Deus vos salve, Pai
De misericórdia,
Onde resplandece
A paz e a concórdia.

2- Por tal excelência
Que em vós adoramos,
Socorrei as almas,
Por quem suplicamos.

3- Tão aferrolhadas,
Como Manassés,
Mover não podem
Suas mãos nem os pés.

4- Privadas de verem
Ao grande Adonai,
Seu eterno Rei,
Seu divino Pai.

5- Mais penalizadas
Do que Absalão,
Por já não gozarem
De Deus a visão.

6- Como o Santo Job,
Tão amargamente
Lágrimas derramam
Para Deus somente.

7- Qual o Rei Profeta
Seus olhos aflitos
Estão já enfermos
Por falta de espírito.

8- Médico divino
Só vossa virtude
Pode dar às almas
Eterna Saúde.

9- Peçamos a Deus
A eterna luz,
Para os que já dormem
Em Cristo Jesus.

10- Ouvi, meu bom Deus,
O deprecatório
Em favor das almas
Lá do Purgatório.

Pai Nosso e Ave Maria...

Oremos
Onipotente e misericordioso Deus e Senhor nosso, supremo dominador dos vivos e dos mortos, pelos méritos infinitos do vosso Unigênito Filho e também pelos grandes merecimentos da sempre Virgem Maria, sua Mãe, e por todos os merecimentos dos bem-aventurados, concedei propício o perdão das penas que merecem as almas dos fiéis defuntos, pelos quais fazemos estas preces, para que, livres do Purgatório, vão gozar da eterna glória, por todos os séculos dos séculos. Amém.

SEXTA
1- Sede em meu favor,
Salvador do mundo,
E das almas santas
Do lago profundo.

2- Nós vos pedimos
Pronta salvação,
Preferindo aquelas
Da nossa intenção.

3- Para que por vós,
Jesus, sumo Bem,
Elas já descansem
Para sempre. Amém.

HINO
1- Deus vos salve, nosso
Divino Mecenas,
Protetor das almas
Que estão entre penas.

2- Vós sois nosso Irmão
Pela humanidade,
Nosso advogado
Com a Divindade.

3- Derramai mil graças
Dessas vossas mãos,
Sobre aquelas almas
Dos nossos irmãos.

4- Obrai, pois, com elas,
Já com brevidade,
Um rasgo estupendo
Da vossa bondade.

5- Apressai as horas,
Chegai o momento
De finalizarem
Seus grandes tormentos.

6- Não vos recordeis
Dos tempos passados,
Quando cometeram
Seus grandes pecados.

7- Supra Vosso Sangue,
Tão satisfatório,
O dever das almas
Lá no Purgatório.

8- Acabai as vossas
Correções fraternas,
Para que já gozem
Delícias eternas.

9- Peçamos a Deus
A terna luz,
Para as que já dormem
Em Cristo Jesus.

10- Ouvi, meu bom Deus,
O deprecatório
Em favor das almas
Lá do Purgatório.

Pai Nosso e Ave Maria...

Oremos
Onipotente e misericordioso Deus e Senhor nosso, supremo dominador dos vivos e dos mortos, pelos méritos infinitos do vosso Unigênito Filho e também pelos grandes merecimentos da sempre Virgem Maria, sua Mãe, e por todos os merecimentos dos bem-aventurados, concedei propício o perdão das penas que merecem as almas dos fiéis defuntos, pelos quais fazemos estas preces, para que, livres do Purgatório, vão gozar da eterna glória, por todos os séculos dos séculos. Amém.

NOA
1- Sede em meu favor,
Salvador do mundo,
E das almas santas
Do logo profundo.

2- Nós vos pedimos
Pronta salvação,
Preferindo aquelas
Da nossa intenção.

3- Para que por vós,
Jesus, sumo Bem,
Elas já descansem
Para sempre. Amém.

HINO
1- Deus vos salve, Cristo,
Pastor piedoso
Das almas benditas
Do lago penoso.

2- Libertai as almas
Pastor sempiterno,
Daquele lugar
Junto do inferno.

3- Qualquer dessas almas,
Que pena terá!
Porque no inferno
Quem vos louvará?

4- Nesta tristes almas,
Senhor, acabai
Os justos castigos
De Deus, vosso Pai.

5- Supra vosso Sangue,
Tão satisfatório,
O dever das almas
Lá no Purgatório.

6- Quebrai, meu Jesus,
Poderoso e forte,
Aquelas prisões
Dos laços da morte.

7- Seja o vosso braço
O libertador
Das almas que penam
Em tanto rigor.

8- Por vós finalize,
Jesus soberano,
Nessas tristes almas
A pena do dano.

9- Peçamos a Deus
A eterna luz,
Para os que já dormem
Em Cristo Jesus.

10- Ouvi, meu bom Deus,
O deprecatório
Em favor das almas
Lá do Purgatório.

Pai Nosso e Ave Maria…

Oremos
Onipotente e misericordioso Deus e Senhor nosso, supremo dominador dos vivos e dos mortos, pelos merecimentos infinitos do vosso Unigênito Filho, e também pelos grandes merecimentos da sempre Virgem Maria, sua Mãe, e por todos os merecimentos dos bem-aventurados, concedei propício o perdão das penas que merecem as almas dos fiéis defuntos, pelas quais fazemos estas preces, para que livres do Purgatório, vão gozar da eterna glória, por todos os séculos dos séculos. Amém.

VÉSPERAS
1- Sede em meu favor,
Salvador do mundo,
E das almas santas
Do lago profundo.

2- Nós vos pedimos
Pronta salvação,
Preferindo aquelas
Da nossa intenção.

3- Para que por vós,
Jesus, sumo Bem,
Elas já descansem
Para sempre. Amém.

HINO
1- Deus vos salve, Filho
Do Onipotente,
Com as tristes almas
Sempre tão clemente.

2- Tende compaixão
Dessas tristes almas,
Que estão padecendo
Rigorosas calmas.

3- Bem como as securas
Do rico avarento,
Padecem as almas
Outro igual tormento.

4- Assim como os servos
Dos vales e montes
Quando sequiosos
Procuram as fontes.

5- Assim mesmo as almas,
Querem excessivas
Só a vós, meu Deus,
Fonte d'aguas viva.

6- Mandai-lhes, propício,
As águas da graça,
Para melhorarem
Daquela desgraça.

7- O perdão das almas,
Senhor, alcançai,
Das misericórdias
De Deus, vosso Pai.

8- Vosso Sangue seja
Propiciatório
De Deus, para as almas
Lá do Purgatório.

9- Peçamos a Deus
A eterna luz,
Para os que já dormem
Em Cristo Jesus.

10- Ouvi, meu bom Deus,
O deprecatório
Em favor das almas
Lá do Purgatório.

Pai Nosso e Ave Maria...

Oremos
Onipotente e misericordioso Deus e Senhor nosso, supremo dominador dos vivos e dos mortos, pelos méritos infinitos do vosso Unigênito Filho e também pelos grandes merecimentos da sempre Virgem Maria, sua Mãe, e por todos os merecimentos dos bem-aventurados, concedei propício o perdão das penas que merecem as almas dos fiéis defuntos, pelos quais fazemos estas preces, para que, livres do Purgatório, vão gozar da eterna glória, por todos os séculos dos séculos. Amém.

COMPLETAS
1- Converta-nos Deus
A nós todos juntos,
Para sufragarmos
Aos fiéis defuntos.

2- Sede em meu favor,
Salvador do mundo,
E das almas santas
Do lago profundo.

3- Nós vos pedimos
Pronta salvação,
Preferindo aquelas
Da nossa intenção.

4- Para que por vós,
Jesus, sumo Bem,
Elas já descansem
Para sempre. Amém.

HINO
1- Deus vos salve, esposo
Das almas fiéis,
Que estão padecendo
Tormentos cruéis.

2- Olhai compassivo
Para as fadigas
Dessas que não são
Vossas inimigas,

3- Mesmo assim vos amam
Em tal padecer,
Sem aqueles toques
Do doce prazer.

4- Como as virgens loucas
Foram imprudentes,
Perdoai as suas
Ações negligentes.

5- Celebrai depressa
As núpcias eternas,
Com aquelas almas
Humildes e ternas.

6- Conduzí-as logo
A feliz herança
Da vossa suprema
Bem-aventurança.

7- Transportai-as já,
Sem mais dilação,
Para os tabernáculos
Da Santa Sião.

8- Por vós, gozem elas,
Sem maior detença,
Os doces efeitos
Da vossa presença.

9- Peçamos a Deus
A eterna luz
Para os que já dormem
Em Cristo Jesus.

10- Ouvi, meu bom Deus,
O deprecatório
Em favor das almas
Lá do Purgatório.

Pai Nosso e Ave Maria...

Oremos
Onipotente e misericordioso Deus e Senhor nosso, supremo dominador dos vivos e dos mortos, pelos méritos infinitos do vosso Unigênito Filho, e também pelos grandes merecimentos da sempre Virgem Maria, sua Mãe, e por todos os merecimentos dos bem-aventurados, concedei propício o perdão das penas que merecem as almas dos fiéis defuntos, pelos quais fazemos estas preces, para que, livres do Purgatório, vão gozar da eterna glória, por todos os séculos dos séculos. Amém.

OFERECIMENTO
1- Nós vos oferecemos,
Ó bom Deus propício,
Pelas tristes almas
Este breve ofício.

2- Vós, que sabeis tudo
Quanto nós pensamos,
Bem sabeis que almas
Hoje sufragamos.

3- Participem todas,
Por vossa bondade,
Conforme a justiça
E a caridade.

4- Para que por vós,
Jesus, sumo Bem,
Em paz já descansem
Para sempre. Amém.

                           Fim

- Dai-lhes, Senhor, o eterno descanso a todas as almas, entre os esplenderes da Luz Perpétua. Descansem em paz. Amém.