Dom Gilvan
Francisco dos Santos, O.S.B
(Monge
Beneditino)
Salvador - BA
– 03 de junho de 2017
INTRODUÇÃO
Hoje, cumpro
mais um desejo, o de falar sobre uma figura muito querida para mim, a qual tive
a felicidade de conhecer através de um belo texto escrito na revista 30 dias, a
alguns anos atrás, que falava sobre uma criança de apenas 6 aninhos de idade.
Um belo texto intitulado: “Haverá
santos entre as crianças!”. Este pequeno texto falava da Serva de Deus,
Antonieta Meo ou Nenolina
como era chamada carinhosamente. Esta menina teve uma vida mística intensa tal
como os grandes santos da Igreja que conhecemos. Nesta idade em que pensamos
nós que a razão está em formação, o Espírito Santo suscitou nela, posso dizer,
com toda a certeza, um ardor diferente nessa tão pouca idade. E sem dúvida é
justamente esse ponto que faz Antonieta especial na vida da Igreja.
Para mim duas
coisas tornam Antonieta Meo especial na vida da espiritualidade. A primeira delas
é o seu alto grau de conhecimento de
Jesus Cristo manifestado justamente e principalmente na Cruz. A segunda
é a sua pouca idade para tal
conhecimento.
Quantas vezes, nós, de idade adulta, custamos a aceitar a nossa cruz; cruz esta, que a
vida nos impõe. Questionamos a Deus, nos entristecemos e até nos desesperamos
nas horas que os sofrimentos nos aparecem. Pois é! Não foi assim na vida da
Serva de Deus Antonieta Meo. Ela sofreu até o fim sem nem sequer se queixar das
grandes dores que sofria. Chegando até a amputar uma das pernas devido ao
câncer. Ela dizia que deu a sua perna a Jesus, de presente, para a salvação das
almas. A família e o médico ficavam admirados com a forma e a força como ela
encarava os seus sofrimentos.
Vejamos agora
uma pequena biografia da sua extraordinária e santa vida.
Altar com os valiosíssimos relicários onde conservam-se fragmentos da coluna da flagelação, um dos cravos, o dedo de S. Tomé, uma parte da Santa cruz, um espinho da coroa de Cristo.
Basílica da Santa Cruz de Jerusalém, Roma - Itália.
As Sagradas Relíquias guardadas na Basílica da Santa Cruz de Jerusalém em Roma.
Detalhe da Fachada da Basílica da Santa Cruz de Jerusalém, Roma - Itália.
DADOS BIOGRÁFICOS
- NASCEU: No dia 15 de
dezembro de 1930, Roma, Itália.
- NOME COMPLETO: Antonieta Teresa
Gabriela Rosa Meo.
- PAIS: Miguel Meo e de
Maria Ravaglioli.
- FALECEU: No dia 03 de julho
de 1937 em Roma.
- SEPULTURA: Na Basílica da Santa
Cruz de Jerusalém em Roma, Itália.
- VIRTUDES HEROICAS: Reconhecidas em 17
de dezembro de 2007, e foi declarada “Venerável” pelo Sumo Pontífice o Papa
Bento XVI.
- CAUSA DE
BEATIFICAÇÃO: Promovida pela venerável Armida Barelli, no ano de 1942. A causa foi
logo confiada ao postulador, Pe. Antônio Cairoli, em 1962 e o processo no
tribunal do Vicariato de Roma foi instruído em 7 de abril de 1968.
SERVA DE DEUS ANTONIETA MEO (Nenolina)
MÍSTICA ENTRE AS CRIANÇAS
*15 de
dezembro de 1930
+ 03
de julho de 1937
Quando nos referimos aos Santos místicos vem logo ao nosso pensamento grandes figuras do cristianismo como Nosso
Pai São Bento de Núrcia, Abade
(480-547), São Bernardo de Claraval, Abade
(1090-1153), Santa Hildegard von
Bingen, Abadessa (1098-1179), São
Francisco de Assis (1181-1226), Santa
Ângela de Folinho (1248-1309), Santa
Gertrudes de Helfta (1256-1302), Santa
Catarina de Sena (1347-1380), Santa
Teresa d’Ávila (1515-1582), São
João da Cruz (1542-1591), Santa
Verônica Giuliani (1660-1727), Santa
Gemma Galgani (1878-1903), São
Pio de Pietrelcina (1887-1968), Santa
Faustina Kowalska (1905-1938), bem como outras ilustres figuras que
brilharam de modo singular na vida da Igreja de Jesus Cristo, devido ao seu
alto grau de união com Deus. Porém, uma pessoa pode ser um místico sem nunca
ter tido visões, como estes grandes santos tiveram. Um caso bastante
interessante é o da Serva de Deus Antonieta
Meo chamada carinhosamente de Nenolina.
Quem foi
Antonieta Meo? Foi uma criança de apenas 6 anos de idade, que como podemos ver,
não teve muitos anos de vida e no entanto possuiu um dom altamente místico. E,
estes grandes momentos estão relatados em suas numerosas cartinhas.
Antonieta Teresa Gabriela Rosa Meo Nasceu em 15 de dezembro de 1930 em Roma, Itália. Era filha de Miguel Meo nascido em Bríndisi e de Maria Ravaglioli que era natural de
Forli. Maria Ravaglioli era bastante religiosa. Educando assim os filhos na fé.
E desde muito cedo colocava os seus pequenos para conhecerem as coisas santas
da religião.
Esta criança
de Deus é um caso bastante curioso na cristandade. Diante da vida de Antonieta
podemos aplicar aquela passagem do Evangelho de Jesus Cristo segundo São
Mateus: “Eu te louvo, ó Pai, Senhor do
céu e da terra, porque ocutaste estas coisas aos sábios e doutores e as
revelastes aos pequeninos” (Mt 11, 25). Onde nem imaginamos, Deus age
de uma maneira que não conseguimos enxergar certas realidades, e a nossa razão
não alcança. Na vida de Nenolina podemos perceber aquela máxima “Os caminhos de Deus não são os nossos
caminhos”. Nesta, vemos claramente as riquezas do Evangelho.
Nenolina trazia
um espírito de sacrifício que impressionava a todos aqueles que se aproximavam
dela. Era uma verdadeira marte. Pois sofreu atrozmente com um sarcoma na perna,
chegando mesmo a amputá-la sem que nunca murmurasse nem mesmo quando foi feita
a dolorosa cirurgia de amputação. Os médicos ficaram muito impressionados com a
grande força interior da pequena Antonieta. Ela dizia que deu sua peninha como
presente a Jesus e, as dores que sentia, entregava a Jesus para conversão e
salvação das almas”. E dizia: "Não
perdi uma perna, a doei a Jesus". “A pequena Nenolina oferecia cada dor pela conversão dos pecadores,
pelas missões, pela família, pela Igreja, pelo Papa. Fez-se vítima de expiação”
(BESEN, 2009, p. 8).
Falando de
Antonieta Meo o nosso Sumo Pontífice o Papa emérito Bento XVI assim falou em
relação a serva de Deus em um de seus numerosos discursos:
Nenolina
alcançou o cume da perfeição cristã que todos somos chamados a escalar,
percorreu velozmente a estrada que leva a Jesus. Sua existência, tão simples e
ao mesmo tempo tão importante, demonstra que a santidade é para todas as
idades: para as crianças e os jovens, para os adultos e idosos. Cada estação de
nossa existência pode ser boa para decidir amar Jesus e para segui-lo fielmente
(BESEN, 2009, p. 7).
E
prossegue:
Fiquei
feliz por terdes citado uma menina, Antônia Meo, conhecida como Nennolina.
Exatamente há três dias decretei o reconhecimento das suas virtudes heróicas e
espero que a sua causa de beatificação possa concluir-se depressa com bom
êxito. Que exemplo luminoso deixou esta vossa pequena coetânea! Nennolina,
menina romana, na sua brevíssima vida somente seis anos e meio demonstrou uma fé,
uma esperança e uma caridade especiais, e deste modo também as outras virtudes
cristãs. Embora sendo uma frágil menina, conseguiu dar um testemunho forte e
robusto do Evangelho e deixou um profundo sinal na Comunidade diocesana de
Roma. Nennolina pertencia à Ação Católica: certamente hoje estaria inscrita na
A.C.R.! Por conseguinte, podeis considerá-la uma vossa amiga, um modelo no qual
vos inspirar. A sua existência, tão simples e ao mesmo tempo tão importante,
demonstra que a santidade é para todas as idades: para as crianças e para os
jovens, para os adultos e para os idosos. Cada estação da nossa existência pode
ser oportuna para se decidir a amar seriamente Jesus e para o seguir fielmente.
Em poucos anos Nennolina alcançou o cume da perfeição cristã que todos somos
chamados a escalar, percorreu velozmente a "superestrada" que conduz
a Jesus. Aliás, como recordastes vós próprios, é Jesus a verdadeira
"estrada" que nos leva ao Pai e à sua e nossa casa definitiva que é o
Paraíso. Vós sabeis que Antônia agora vive em Deus, e do Céu está próxima de
vós: senti-a presente convosco, nos vossos grupos. Aprendei a conhecê-la e a
seguir os seus exemplos. Penso que ela também ficará contente por isto: ser
ainda "envolvida" na Ação Católica!
(DISCURSO DO PAPA BENTO XVI NO ENCONTRO
NATALÍCIO COM OS JOVENS DA AÇÃO CATÓLICA ITALIANA Quinta-feira, 20 de Dezembro
de 2007).
Em uma das
suas numerosas cartinhas datada de 12 de novembro de 1936, assim Antonieta se
expressa em relação a mortificar-se pelas almas:
“Dá-me
almas, eu Te peço, para que as faças boas, e com as minhas mortificações eu
farei que elas se tornem boas” (Arautos do Evangelho.
Ano XII, n. 144, 2013, p. 36).
E em uma
outra de 23 de novembro do mesmo ano diz:
“Caro
Deus pai, eu sei que teu Filho sofreu muito, mas dize-Lhe que eu, para reparar
nossos pecados, farei muitos sacrifícios” (Idem, p. 36).
E ainda:
“Caro
Jesus, ofereço todos os meus sacrifícios em reparação dos pecados que os
pecadores cometerem” (Carta de 09 de abril de 1936) (Idem, p. 36).
E para
saborearmos mais deste dom divino dado a esta Serva de Deus, vejamos o que nos
fala em sua última carta.
Caro
Jesus crucificado, eu te quero muito bem e te amo muito, eu quero estar no
Calvário contigo e sofro com alegria porque sei que estou no Calvário. Caro
Jesus, eu te agradeço porque me mandaste essa doença, que é um meio para que eu
chegue ao paraíso. Caro Jesus, dize a Deus Pai que amo muito também a ele… Caro
Jesus dá-me a força necessária para suportar as dores que te ofereço pelos pecadores…
Caro Jesus dize á mãezinha do céu que a amo muito e quero estar com ela no
Calvário, porque quero ser tua vítima de amor, caro Jesus (2.6.1937),
(BORRIELLO, 2003; p. 84).
Aqui
Antonieta Meo dá a conhecer o seu Espírito Místico o dom precioso que o Espírito
Santo lhe concedeu. Com isso podemos mostrar que o Espírito sopra onde, quando
e em quem Ele quer (Jo 3,8). Àqueles
santos que mencionei acima, Deus concedeu um dom especial que só pertence a
seus desígnios tanto é, que, nem o receptor do dom tem a clareza deste mesmo
dom recebido. São Bernardo de Claraval diante de um êxtase que teve, assim se
expressa:
Ocorre
às vezes que a alma é de tal forma arrastada para fora de si, separando-se de
seus sentidos corporais, que não sente mais a si mesma, pois só é capaz de
sentir o verbo. Isto se realiza quando o espírito, encantado com a doçura do
verbo inefável, rouba-se por assim dizer a si mesmo, ou melhor é arrebatado e
tirado a si para gozar o verbo (SÃO BERNARDO DE CLARAVAL, 1090-1153).
Igualmente nos diz também o Papa São Gregório
Magno (540-604) no livro de seus Diálogos, a respeito de um êxtase que teve Nosso
Pai São Bento de Núrcia, quando rezava em sua cela.
Enquanto os monges dormiam, o homem de
Deus ficou acordado, esperando a hora da oração noturna. Estando de pé, diante
da janela, rezava a Deus onipotente, quando da escuridão mais profunda surgiu
de repente uma luz que do alto afugentava as trevas da noite, difundindo uma
claridade tão intensa que superava até mesmo a claridade do dia (GREGÓRIO
MAGNO, Diálogo, cap. 35).
Antonieta Meo teve reconhecidas suas virtudes heroicas em 17 de dezembro de 2007, e
foi declarada “Venerável” pelo Sumo Pontífice o Papa Bento XVI. Por isso sua
vida de heroísmo diante dos grandes sofrimentos que a assaltaram, ela constitui
uma testemunha da santidade para todas as crianças que sofrem. Certamente
Nenolina está lá dos céus intercedendo de modo especial por todas as
criancinhas que estão sofrendo e também por todos aqueles que recorrem a sua
intercessão.
Seu sagrado
corpo se encontra sepultado na Basílica da Santa Cruz de Jerusalém em Roma,
Itália.
FOTOGRAFIAS E DESENHOS DA
SERVA DE DEUS ANTONIETA MEO (Nenolina)
Oração para obter
graças pela intercessão da
Serva de Deus
Antonieta Meo, (Nenolina) (1930-1937)
Ó Deus, Pai dos humildes, nós te agradecemos porque, na menina
Antonieta, nos destes uma imagem viva do teu Amor e da tua Sabedoria revelada
aos pequeninos. Tu, que lhe deste a graça de está unida à cruz do Senhor Jesus,
e de sofrer com fortaleza e com alegria, glorifica-a agora também na terra para
que seja, para todo, um exemplo luminoso de fidelidade ao Evangelho. Concede
também a nós seu amor simples e ardente à Eucaristia e à Igreja; vem ao
encontro da nossa pobreza e, por sua intercessão, segundo tua Santa Vontade,
dá-nos a graça que pedimos com confiança (faça o pedido). Amém.
(Pai-Nosso, Ave-Maria)
VÍDEOS
1- A BELA HISTÓRIA DA SERVA DE DEUS ANTONIETA MEO (Nenolina), (1930-1937).
2- A SERVA DE DEUS ANTONIETA MEO (NENOLINA), (1930-1937).
REFERÊNCIAS
BÍBLIA DE
JERUSALÉM: Nova edição, revista e ampliada. São Paulo: Paulus, 2002.
BESEN,
Artulino José. Antonieta: A pequena
Missionária da Cruz. 1ª Edição – Florianópolis: Mundo e Missão, 2009.
BERNARDO, Sermão sobre o Cântico dos Cânticos
85,13, apud, SANTOS, Luis Alberto Ruas. Um
monge que se impôs a seu tempo: pequena introdução com ontologia à vida e
obra de São Bernardo de Claraval / Luis Alberto Ruas Santos, São Paulo: Musa
Editora; Rio de Janeiro: Edições Lumem Chriti do Mosteiro de S. Bento, 2001.
DICIONÁRIO
DE MÍSTICA, / dirigido por L. Borriello, E. Caruana, M. R. Del Genio, N. Suffi.
– São Paulo: Paulus: Loyola, 2003.
GREGÓRIO
MAGNO, São. São Bento: Vida e
Milagres/São Gregório Magno; Dom Gregório Paixão, O.S.B. Salvador: Edições São
Bento,2002.
Revista
Arautos do Evangelho. Ano XII, n. 144, dezembro 2013.
Ut In Omnibus
Glorificetur Deus (RB 57, 9)
_________________________________________________________________________________
OUTROS TEXTOS SOBRE A SERVA DE DEUS ANTONIETA MEO
DISCURSO DO PAPA
BENTO XVI
NO ENCONTRO NATALÍCIO
COM OS JOVENS
DA ACÇÃO CATÓLICA
ITALIANA
Quinta-feira, 20 de dezembro de 2007
Queridos
jovens da Acção Católica
Com
grande alegria dou-vos as boas-vindas. A vossa visita de hoje à casa do Papa
está a indicar que já estamos próximos da grande festa do Santo Natal, uma
festa muito esperada, especialmente por vós, jovens. Dirijo a cada um a minha
afectuosa saudação, com um vivo agradecimento pelos sentimentos e orações que
me garantistes em nome dos vossos amigos da A.C.R. e de toda a grande família
da Acção Católica Italiana. Dirijo uma saudação particular ao Presidente
nacional, Prof. Luigi Alici, e a D. Domenico Sigalini, que há pouco tempo
nomeei Assistente-Geral da Acção Católica, e também ao Responsável e ao
Assistente da A.C.R. e aos seus colaboradores, fazendo-a extensiva a todos os
que cuidam da vossa formação humana, espiritual e apostólica.
Fiquei
feliz por terdes citado uma menina, Antónia Meo, conhecida como Nennolina.
Exactamente há três dias decretei o reconhecimento das suas virtudes heróicas e
espero que a sua causa de beatificação possa concluir-se depressa com bom
êxito. Que exemplo luminoso deixou esta vossa pequena coetânea! Nennolina,
menina romana, na sua brevíssima vida somente seis anos e meio demonstrou uma
fé, uma esperança e uma caridade especiais, e deste modo também as outras
virtudes cristãs. Embora sendo uma frágil menina, conseguiu dar um testemunho
forte e robusto do Evangelho e deixou um profundo sinal na Comunidade diocesana
de Roma. Nennolina pertencia à Acção Católica: certamente hoje estaria inscrita
na A.C.R.! Por conseguinte, podeis considerá-la uma vossa amiga, um modelo no
qual vos inspirar. A sua existência, tão simples e ao mesmo tempo tão
importante, demonstra que a santidade é para todas as idades: para as crianças
e para os jovens, para os adultos e para os idosos. Cada estação da nossa
existência pode ser oportuna para se decidir a amar seriamente Jesus e para o
seguir fielmente. Em poucos anos Nennolina alcançou o cume da perfeição cristã
que todos somos chamados a escalar, percorreu velozmente a
"superestrada" que conduz a Jesus. Aliás, como recordastes vós próprios,
é Jesus a verdadeira "estrada" que nos leva ao Pai e à sua e nossa
casa definitiva que é o Paraíso. Vós sabeis que Antónia agora vive em Deus, e
do Céu está próxima de vós: senti-a presente convosco, nos vossos grupos.
Aprendei a conhecê-la e a seguir os seus exemplos. Penso que ela também ficará
contente por isto: ser ainda "envolvida" na Acção Católica!
Estamos
no período de Natal e gostaria de vos formular votos de alegria e de
serenidade, mas permiti que, junto com estes votos, faça outro para todo o ano
que daqui a pouco iniciaremos. Faço-o aproveitando o vosso slogan para o ano de
2008: que possais caminhar sempre com alegria na estrada da vida com Jesus. Um
dia, Ele disse: "Eu sou o caminho" (Jo 14, 6). Jesus é a estrada que
conduz à verdadeira vida, aquela que nunca acaba. Com frequência, é uma estrada
estreita e íngreme, mas se nos deixarmos atrair por Ele, é sempre maravilhosa,
como uma vereda de montanha: quanto mais se sobe mais é possível admirar do
alto novos panoramas, mais bonitos e vastos. Há o cansaço do caminho, mas não
se está só: ajudemo-nos reciprocamente, esperemos, demos uma mão a quem está
atrasado... O importante é não se perder, não perder o caminho, caso contrário,
corre-se o risco de acabar dentro de um precipício, de se perder no bosque!
Queridos jovens, Deus fez-se homem para nos mostrar o caminho, aliás,
fazendo-se menino, fez-se Ele próprio "Caminho", também para vós: foi
como vós, teve a vossa idade. Segui-o com amor, segurando cada dia a vossa mão
na sua.
Isto
que digo a vós vale também para nós, adultos. Portanto, desejo que toda Acção
Católica Italiana caminhe unida e activa na estrada de Cristo, para
testemunhar, na Igreja e na sociedade, que este caminho é bom; é verdade que
requer empenho, mas conduz à alegria autêntica. Confiemos estes votos, que são
também oração, à materna intercessão de Maria, Mãe da Esperança, Estrela da
Esperança. Ela, que aguardou e preparou com trepidação o nascimento do seu
Filho Jesus, nos ajude também a celebrar o próximo Natal num clima de profunda
devoção e íntima alegria espiritual. Acompanho os meus votos mais afectuosos
com uma especial Bênção Apostólica a vós, aqui presentes, aos vossos entes
queridos e à inteira família da Acção Católica. Bom Natal!
Para que em tudo seja Deus glorificado (RB 57, 9)
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