Nosso Santo Patriarca São Bento e sua irmã Santa Escolástica com a Sagrada Família
Montagem: Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B
Nosso Santo Patriarca São Bento com seus monges
Dom Gilvan
Francisco dos Santos, O.S.B
(Monge Beneditino)
Salvador - BA
– 21 de março de 2017
Escuta, filho, os preceitos do Mestre, e inclina o
ouvido do teu coração; recebe de boa vontade e executa eficazmente o conselho
de um bom pai, para que voltes, pelo labor da obediência, àquele de quem te
afastaste pela desídia da desobediência. A ti, pois, se dirige agora a minha
palavra, quem quer que sejas que, renunciando às próprias vontades, empunhas as
gloriosas e poderosíssimas armas da obediência para militar sob o Cristo
Senhor, verdadeiro Rei (RB -
Prólogo, 1, 3).
Todos aqueles que têm devoção ao
grande Patriarca São Bento, nas terças-feiras, devem fazer ao
menos uma oração ao nosso querido Santo Pai Bento, pois estes dias são
consagrados à devoção do Patriarca São Bento de Núrsia. Veremos adiante as
promessas que foram feitas por Nosso Senhor Jesus Cristo a este seu Servo, São Bento. Às
promessas não foram feitas só para os seus filhos os monges, mas para todos
aqueles que lhe tem devoção.
São Bento é um santo muito conhecido e
invocado em todos os cantos da terra. porque o legado que ele nos deixou
espalhou-se por todo o mundo através de sua Ordem de monges, conhecidos como
beneditinos, por derivação do seu nome Bento. Qual o país que não possui um
Mosteiro?
O Patriarca São Bento nasceu na cidade de Nórcia, província de Perugia,
na Itália, no ano de 480 e
tinha uma irmã gêmea chamada Escolástica; a nossa grande Santa Escolástica (480-547), que foi a primeira monja
beneditina. Eles pertenciam à influente e nobre família Anícia.
A Ordem do Patriarca São Bento foi a
primeira a ser instituída na Igreja, pois antes já existiam monges eremitas e
algumas comunidades monásticas no oriente e ocidente. O próprio São Bento chama
a São Basílio de pai na sua Regra, bem como ele próprio foi convidado na gruta
em que vivia na solidão como eremita a três anos, para ser Abade dos monges de
Vicovaro, um Mosteiro da região. “Ele
por muito tempo recusou o convite, porque previa que os costumes daqueles
irmãos não estavam de acordo com os seus. Mas depois, vencido pela insistência,
acabou por aceitá-lo” (Diálogos cap.
3).
Vicovaro era um mosteiro próximo dali,
em que o Abade daquela comunidade havia morrido e onde São Bento sofreu uma
tentativa de assassinato pelos membros da mesma comunidade, por não ser o novo
Abade conivente com suas práticas perversas. Com isso, São Bento levanta-se
sereno de sua mesa e volta a sua amada solidão na gruta do Monte Subiaco onde
antes vivia.
A tentativa de assassinato deu-se na
hora da refeição quando os monges descontentes com o Abade Bento, apresenta-lhe
uma taça de vinho contendo veneno. Quando o Abade abençoa aquela bebida
mortífera a taça se parte derramando assim aquela bebida mortal. Por causa
desse fato São Bento é representado na arte cristã com uma taça na mão contendo
nela uma serpente. São Bento que possuía o dom de ler os espíritos, vendo a
maldade daqueles monges, exorta-os com brandura e bondade e volta a sua vida de
eremita na gruta do Monte Subiaco. Ouçamos São Gregório Magno a respeito deste
fato:
Levantando-se
imediatamente da mesa, mas mantendo inalteradas a suavidade do rosto e a
tranquilidade do espírito, reuniu os monges ao seu redor e disse-lhes: “Deus
onipotente vos perdoe, irmãos. Porque fizeram isto contra mim? Eu não vos disse
que os meus costumes não se conciliariam com os vossos? Portanto, procurem um
pai que esteja em conformidade com os vossos costumes, porque depois do que
aconteceu não poderei continuar como vosso abade” (Diálogos cap. 3).
Outro fato marcante na vida do Servo
de Deus foi outra tentativa de assassinato por um sacerdote chamado Florêncio.
Nos diz São Gregório:
Sabe-se
que os maus invejam as virtudes dos bons e nada fazem para conquistá-las. Ora,
aconteceu que o sacerdote de uma igreja vizinha, chamado Florêncio, antecessor
do nosso subdiácono Florêncio, instigado pelo diabo, começou a invejar o bem
que o santo fazia, a denegrir o seu modo de viver e a dissuadir tantos quantos
pudesse a que não o visitassem. Mais viu que não podia impedir os seus
progressos, ou melhor, apercebeu-se que a fama se difundia cada vez mais e que
muitos se voltavam a vida monástica, atraídos pela sua santidade. Florêncio,
devorado pela inveja, tornou-se ainda pior, pois desejava para si os louvores que
Bento recebia pela sua vida santa, sem que ele próprio tivesse uma vida
louvável (Diálogos cap. 8).
Sabendo este sacerdote perverso que
não tinha como atingir Bento, toma a decisão de assassiná-lo enviando-lhe um
pão envenenado. “A inveja o cegou de
tal maneira que chegou a mandar ao santo um pão envenenado, como se fosse pão
abençoado. O homem de Deus aceitou, agradecendo calorosamente, mas não lhe
ficou oculta a cilada que se ocultava no pão” (Diálogos cap. 8). A hora da refeição São Bento alimentava um corvo
e pede a esta ave que leve aquele pão envenenado e o esconda onde ninguém possa
encontrá-lo. A ave hesita por um instante em obedecer a ordem dada por Bento mas
com a insistência do servo de Deus obedece. Por isso, na arte, São Bento também
pode ser representado com um corvo.
No entanto, aquele homem de Deus não
poderia permanecer escondido naquela gruta. Através dos seus exemplos de
santidade, lhes aparecem várias pessoas desejosas em seguir a mesma vida do Servo
de Deus, obrigando-o assim a formar comunidades a sua volta pela grande
quantidade de seguidores que ao Monte Subiaco acorrem. Como nos diz São
Gregório Magno nos seus Diálogos: “Pela
vida santa que levava, o seu nome agora tornara-se famoso” (Diálogos cap. 3). Com isso, São Bento
começa a organização da comunidade. Organização tal que a Igreja mais tarde
toma estas normas de vida comunitária (Regra
dos Mosteiros), para todas as comunidades nascentes posteriores. Essas
normas eram chamadas Regra dos Mosteiros, e hoje a chamamos de Santa Regra ou Regra de São Bento nela
encontramos todos os ensinamentos de Nosso Pai São Bento. A sua Regra está
estruturada da seguinte forma:
Prólogo
(Trata da espiritualidade);
O
1º capítulo vai tratar dos gêneros
de monges;
O
2º tratará da pessoa do Abade
que é muito importante no Mosteiro, pois, este faz as vezes do Cristo na
comunidade;
O
3º da convocação dos irmãos a
conselho que de certa forma está ligado ao capítulo segundo.
Do
capítulo 4º ao 7º, tratam da espiritualidade;
Do
8º ao 20º, vai tratar do Opus Dei
(Ofício divino);
O
21º dos decanos do Mosteiro;
O
capítulo 22°, a maneira como os
monges devem dormir;
Do
capítulo 23º ao 30º podemos ver o código
penal da Regra;
De
31º ao 42º, diversos
assuntos;
Do
capítulo 43º ao 46º, tratam das satisfações
que os monges devem dar;
Do
47º ao 59º diversos assuntos;
De
60º ao 62º, dos sacerdotes;
De
63º ao 73º, diversos assuntos.
Os ensinamentos de Nosso Pai São
Bento, espalhou-se pelo mundo com a fundação de Mosteiros por todo o orbe;
organizando as culturas e povos; engrandecendo a arte, a escrita. Fundando
universidades, organizando a vida espiritual dos homens, etc. Pois, neste
período, bem sabemos, que o império romano estava em ruínas e os povos sem um
apoio moral e espiritual. A Europa estava num período muito crítico. Por isso
Deus suscitou São Bento com sua simplicidade, e inspirado pelo Espírito Santo,
ele propôs um modelo de homem, ou seja, um homem que vivesse em completa união
com seu Criador, através do seu trabalho, o ORA ET LABORA (Oração
e Trabalho) monástico. Assim, com São Bento criou-se um sistema monástico
para o renascimento da Europa. Por este motivo ele foi declarado pelo Papa
Paulo VI, em 1964, patrono principal de toda a Europa. Também ele é o “Pai do Monaquismo Ocidental”.
Portanto, podemos ver a ação de Deus
na Ordem de São Bento (Ordem Beneditina),
que já possui mais de 1500 anos de fundação e ainda hoje vigora com a ajuda e a
iluminação do Espírito Santo na promoção dos seres humanos, para o crescimento
do reino de Deus no mundo.
São Bento é celebrado duas vezes no
ano. No dia 21 de março, que
é a sua festa mais antiga. Esta festa ficou só sendo celebrada em nossos
Mosteiros. A esta chamamos de: Trânsito
de São Bento, isto é, a morte de São Bento ocorrida no ano de 547; a sua passagem para o
céu. A outra festa é celebrada no dia 11 de
julho que é a solenidade, dia em que foram transladadas as suas
relíquias do Mosteiro de Montecassino. Esta é celebrada por toda a toda a
Igreja, hoje, a mais conhecida.
Invoquemos sempre o grande Patriarca
São Bento e peçamos sempre a sua intercessão e o seu valimento para as nossas vidas, assim não seremos jamais
confundidos.
A
primeira terça-feira do mês é consagrada à devoção do Patriarca São Bento.
PROMESSAS
DIVINAS FEITAS AO PATRIARCA SÃO BENTO
1- Que a sua
Ordem subsistirá até ao fim do mundo.
2- Que será
fidelíssima a Igreja Romana e confirmará muitas almas na fé nos últimos tempos.
3- Que ninguém
nela morrerá sem estar na graça de Deus; e se um monge começar a viver mal e
não se corrigir, será confundido ou expulso dela, ou por si mesmo deixará.
4- Que aquele
que tiver perseguido a sua Ordem, não se arrependendo, terá a sua vida
abreviada, ou acabará por morte desgraçada.
5- Que todos
aqueles que amarem sua Ordem terão um bom fim.
(Extraído do livro “Lignum vitae”)
Com aprovação Eclesiástica
ORAÇÃO
À SÃO BENTO
Ó Glorioso Patriarca dos monges, São
Bento, amado do Senhor, poderoso em milagres, pai bondoso para com todos os que
te invocam. Nós te pedimos que intercedas por nós diante do trono do Senhor.
Estende tua proteção sobre nós em todo tempo. Livra-nos de todos os males do
corpo e da alma. Defende-nos, e a todos os que nos são caros, do poder dos
inimigos infernais. Roga por nós a fim de que vivendo segundo a lei do Senhor,
mereçamos ser achados dignos de recebermos a eterna recompensa. Por Cristo
Nosso Senhor. Amém.
PARA
PEDIR A INTERCESSÃO E PROTEÇÃO
DE NOSSO PAI SÃO BENTO
A finalidade destas orações foi para
serem rezadas nas terças-feiras, o dia que é dedicado aos fundadores das
Ordens religiosas segundo uma tradição da Igreja.
Em nome do Pai + e do
Filho e do Espírito Santo. Amém.
CREDO
Creio em Deus Pai
todo-poderoso, criador do céu e da terra. E em Jesus Cristo, seu único Filho,
nosso Senhor, que foi concebido pelo poder do Espírito Santo; nasceu da Virgem
Maria; padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado. Desceu à
mansão dos mortos; ressuscitou ao terceiro dia, subiu aos céus; está sentado à
direita de Deus Pai todo-poderoso, de onde há-de vir a julgar os vivos e os
mortos. Creio no Espírito Santo; na santa Igreja Católica; na comunhão dos
santos; na remissão dos pecados; na ressurreição da carne; e na vida eterna.
Amém.
PAI-NOSSO
Pai Nosso que estás nos
céus, santificado seja o Vosso nome. Venha a nós o Vosso Reino. Seja feita a
Vossa vontade, assim na Terra como no Céu. O pão nosso de cada dia nos dai
hoje. Perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem
ofendido. E não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.
SAUDAÇÃO A NOSSA SENHORA
1- SALVE, MARIA, FILHA
DE DEUS PAI. Ave, Maria, Cheia de graça, o Senhor é convosco; bendita
sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus.
Santa Maria, Mãe de Deus,
rogai por nós, pecadores, agora e na hora da nossa morte. Amém.
(Fazer uma prece ou pedir uma graça)
2- SALVE, MARIA, MÃE DE
DEUS FILHO. Ave, Maria, Cheia de graça, …
(Fazer uma prece ou pedir uma graça)
3- SALVE, MARIA, ESPOSA
DO ESPÍRITO SANTO. Ave, Maria, Cheia de graça, …
(Fazer uma prece ou pedir uma graça)
Glória ao Pai e ao Filho e
ao Espírito Santo. Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
SÚPLICA A VIRGEM MARIA PELA INTERCESSÃO DE SÃO BENTO
Santíssima Virgem Maria,
Mãe de Deus, perante os rogos do grande Patriarca São Bento, a nosso favor,
concedei-nos a vossa proteção e atendei os pedidos que agora vos dirigimos. Por
Cristo nosso Senhor.
JACULATÓRIA
Nosso Pai São Bento,
socorrei-nos! (10 vezes).
Interceda por nós ó nosso
Pai São Bento,
para que sejamos livres de
tudo que nos afasta de Cristo.
ORAÇÃO
Ó Nosso Pai São Bento,
pelas suas virtudes e por sua intercessão junto a Deus e a Virgem Maria,
sejamos sempre livres das ciladas dos inimigos da nossa salvação. Por Cristo
nosso Senhor.
Composição:
Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B
Para devoção particular
Tela com a representação de São Bento recebendo o corpo de sua irmã Santa Escolástica
Tela com a representação da Santa morte de São Bento
Mosteiro das Monjas
Vitral com a representação da santa morte de São Bento
Mosteiro de São Bento, São Paulo - Brasil
Tela com a representação da santa morte de São Bento
Abadia de Montecassino, Itália
Túmulo do Patriarca São Bento e de sua irmã Santa Escolástica
Abadia de Montecassino, Itália
REFERÊNCIAS
ENOUT, Evangelista João. A Regra de São Bento. Latim-Português.
Tradução D. João Evangelista Enout, O.S.B; Rio de Janeiro: LUMEM CHRIST, 1992.
GREGÓRIO MAGNO, São. São Bento: Vida e Milagres / São
Gregório Magno; Dom Gregório Paixão, OSB. Salvador: Edições São Bento, 2002.
Ut In Omnibus
Glorificetur Deus (RB 57, 9)
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