Rezemos sempre pelas almas dos nossos irmãos falecidos.
Dom Gilvan
Francisco dos Santos, O.S.B
(Monge
Beneditino)
Salvador,
Bahia – 04 de junho de 2020
“Eu sou a ressurreição. Quem crê em mim, ainda que morra,
viverá. E quem vive, e crê em mim, jamais morrerá. Crês nisso?” (Jo 11, 25-26).
Às
segundas-feiras é o dia dedicado as orações de sufrágios pelas almas do
Purgatório. Mas, rezemos sempre por elas com frequência, pois, precisam de
nossas orações porque após a morte elas nada mais poderão fazer por si.
Não
farei aqui uma análise dos novíssimos da Igreja, ou seja, Céu, Inferno e
Purgatório. Pois, objetivo deste texto é mostrar um pouco a importância da
devoção (ajuda) e o respeito que
devemos ter em relação às almas dos nossos irmãos que já nos precederam na
morte. Deixo já bem claro a todos que o Santo Sacrifício Eucarístico
(a Missa) é o ato por excelência para a salvação de todos aqueles que morreram
pois, ele é o grande Sacrifício de Cristo nosso Senhor e Salvador. O meu
intento aqui, é dar a conhecer outras pérolas retiradas do grande tesouro da
Igreja, ou seja, algumas orações inspiradas pelo Espírito Santo ao longo dos
séculos.
Muitos
cristãos não conhecem tais orações e sua eficácia diante de Deus todo-poderoso.
Outros já as conhecem, porém, muitos deles não desejam rezar pelas almas dos
que faleceram, porque tem medo destas orações. Medo por causa das suas
superstições em relação a morte. Já ouvi muitos dizerem que não rezam por
aqueles que morreram porque tem que rezar para sempre e, se um dia deixarem de
o fazer, as almas virão pedir-lhe. E por pensarem assim, nunca rezam por elas.
Esse modo de pensar é totalmente errôneo. Rezar pelos que morreram é um ato
nobre e um ato de caridade e de misericórdia. Devemos, sim, pedir sempre a
misericórdia de Deus para os nossos irmãos falecidos. Porque eles precisam
muito das nossas orações. Por isso, a Igreja em sua grande sabedoria nos ensina
que existe os três níveis da Igreja, a Igreja Militante, a Igreja
Padecente e a Igreja Triunfante.
A
Igreja
militante, somos todos nós, que aqui estamos na terra, a caminho da
salvação, ainda em marcha e lutando contra os nossos pecados, para que assim,
um dia, entremos na glória de Cristo, ou seja, o céu. Enquanto que, a Igreja
padecente é constituída pelas almas dos nossos irmãos falecidos que
já estão salvos mas, ainda não estão totalmente purificados dos seus pecados.
Daí a necessidade de ajuda-los a chegarem mais rápido através das nossas
orações e sacrifícios em seu favor, suplicando para eles a misericórdia de
Deus. Portanto, a Igreja afirma que eles estão no Purgatório, que é
um lugar de purificação das penas que não foram apagadas em suas vidas na terra
e, neste lugar, purgam estas penas, purificando-se totalmente delas, para que
assim, possam entrar e gozar da glória de Deus, juntando-se eles a Igreja
triunfante que são aquelas as almas que já se purificaram das
manchas dos pecados e entraram na glória de Deus junto a Santíssima Virgem
Maria e os anjos. Isto é, a multidão dos Santos. Fiquemos certos que segundo a
Igreja o Purgatório não é um lugar físico, mas, uma condição de existência.
Para
aprofundar mas este assunto sobre as penas dos pecados, as indulgências e
outros a temas, consultemos o Catecismo da Igreja Católica, precisamente nos
números 1471-1479.
O
mesmo Catecismo, bem como a Constituição Dogmática sobre a Igreja, Lumem
Gentium nos ensinam que:
Reconhecendo cabalmente esta comunhão de todo corpo
místico de Jesus Cristo, a Igreja terrestre, desde os tempos primevos da
religião cristã, venerou com grande piedade a memória dos defuntos [...] e ‘já
que é um pensamento santo e salutar rezar pelos defuntos para que sejam
perdoados de seus pecados’ (2Mc 12,46), também ofereceu sufrágios em favor
deles”. A nossa oração por eles pode não somente ajudá-los, mas também tornar
eficaz a sua intercessão por nós (CIC n.954). (cf. LG n.50).
No
segundo livro de Macabeus capítulo 12 vemos uma passagem das mais interessantes
em relação a doutrina do Purgatório, que segundo a
Tradição da Igreja, é um local onde as almas esperam a salvação eterna. Neste
ambiente, as pobres almas expiam os pecados que não conseguiram apagar nesta
vida. Quem vai ao Purgatório já estão salvos segundo a Igreja. Como só podem
entrar no céu quem está totalmente livres dos pecados, assim é necessário que
expiem as penas que não conseguiram apagar aqui na terra. Por isso, elas
necessitam de nossos sacrifícios e orações. Vejamos a atitude de Judas Macabeus
para aqueles soldados que morreram na batalha por Jerusalém e foram encontrados
ídolos pagãos escondidos em suas vestes, assim desagradando ao Senhor Deus de
Israel.
No dia seguinte, sendo já urgente a tarefa, vieram
encontrar Judas para recolher os corpos dos que haviam tombado, a fim de inumá-los
junto com seus parentes, nos túmulos de seus pais. [...]. Todos, pois, tendo
bendito o modo de proceder do Senhor, justo juiz que torna manifesta as coisas
escondidas, puseram-se em oração para pedir que o pecado cometido fosse
completamente cancelado. [...]. Depois, tendo organizado uma coleta enviou a
Jerusalém cerca de duas mil dracmas de prata, a fim de que se oferecesse um
sacrifício pelo pecado: agiu assim absolutamente bem e nobremente, com o
pensamento na ressurreição. De fato, se ele não esperasse que os que haviam
sucumbido iriam ressuscitar, seria supérfluo e tolo rezar pelos mortos. Mas, se
considerava que uma belíssima recompensa está reservada para os que adormecem
na piedade, então era santo e piedoso o seu modo de pensar. Eis por que ele mandou
oferecer esse sacrifício expiatório pelos que haviam morrido, a fim de que
fossem absolvidos do seu pecado (2Mc 12,38-45).
Judas
Macabeus e outros tinham a crença na ressurreição mortos. Se não tivessem, eles
não teriam oferecido um sacrifício o Templo pelo pecado dos que morreram
desagradando ao Senhor Deus de Israel.
No
século XI d.C, temos outro grande gesto de caridade pelos nossos irmãos
falecidos. O Abade Geral da importante Abadia de Cluny, na França, Santo
Odilon (962-1049), decreta
na Congregação Cluniacense um dia de missas e Ofícios em sufrágio dos irmãos
monges falecidos. O Espírito Santo sempre ilumina e inspira a Igreja em todas
as épocas. O Martirológio Romano Monástico nos dar essa informação no dia 02 de
novembro na memória de todos os fiéis defunto:
Comemoração de todos os Fiéis Defuntos, dia em que a
Igreja intercede por seus membros adormecidos na morte e sofrem uma última
purificação antes de entrarem na Glória. Esta celebração litúrgica deve sua
origem a Santo Odilon, abade de Cluny, que foi o primeiro a prescreve-la para
todos os mosteiros beneditinos. (Martirológio Romano-Monástico, 1997).
Assim
podemos ver no Ofício Litúrgico da
memória dos Santos Abades de Cluny, o qual se celebra no dia 11 de
maio. Este ofício traz uma antífona muito bela sobre o Abade Santo Odilon (962-1049) que diz: “Adorável caridade do coração de Odilon revelou-se na sua compaixão
pelos defuntos, pelos quais determinou sufrágios cada ano” (Liturgia das
Horas – Rito Monástico). Foi este santo Abade quem primeiro instituiu a
comemoração de todos os fiéis defuntos, celebração que hoje conhecemos por dia
de finados. Quando este era Abade Geral da Congregação de Cluny, pediu para
todos os mosteiros da mesma Congregação em número de quase mil mosteiros espalhados
pela Europa, que fizesse um dia de Missas e sufrágios por todos os irmãos monges
da Congregação falecidos. Daí, mais tarde, a Sé Apostólica sabendo de tão grande
gesto de caridade do santo Abade Odilon de Cluny, decretou que esta memória
fosse celebrada em toda a Igreja. Ou seja, a memória de todos os fiéis
defuntos, que celebramos no dia 02 de novembro, ou dia de finados.
Muitos
pensam que devemos rezar pelos mortos apenas no dia da sua passagem deste
mundo, encomendação do corpo do defunto, na Missa de sétimo dia, bem como no
dia de finados. Ao pensarem assim estão enganados ou mal informados na Doutrina
da Igreja Católica. Pois ela nos ensina que devemos rezar sempre pelos nossos
entes queridos e por todos aqueles que já nos precederam na morte.
Consultemos
o Catecismo da Igreja, e veremos o que nos fala a Doutrina em relação às almas
do Purgatório e sobre aqueles que sofrerão a separação de Deus após esta vida
terrena:
O ensinamento da Igreja afirma a existência e a
eternidade do inferno. As almas dos que morrem em estado de pecado mortal
descem imediatamente após a morte aos infernos, onde sofrem as penas do
Inferno, “o fogo eterno”. A pena principal do Inferno consiste na separação
eterna de Deus, o Único em quem o homem pode ter a vida e a felicidade para as
quais foi criado e às quais aspira (CIC n.1035).
A
Igreja sempre foi inspirada pelo Espírito Santo, sendo assim, ela tem a
autoridade e o poder de nos ensinar e nos ajudar no conhecimento de Deus e de
nós mesmos. Por isso, o seu Magistério
nos diz: “A Igreja ensina que cada alma
espiritual é diretamente criada por Deus – não é “produzida” pelos pais – e é
imortal: ela não perece quando da separação do corpo na morte e se unirá
novamente ao corpo na ressurreição final” (CIC n.366). E, mais adiante, podemos ver na mesma
Doutrina que somos constituídos de corpo e alma e que somos espiritual e imortal,
criados unicamente por Deus. “O homem é “corpore
et anima unus” (uno de corpo e alma). A doutrina da fé afirma que a alma
espiritual e imortal é criada diretamente por Deus” (CIC n.382). Nisto está
o grande valor do ser humano.
É
bastante interessante o conceito de alma na Sagrada Escrituras onde ela está
relacionada muitas vezes a vida humana e a pessoa humana inteira. Se formos a
passagem do Evangelho segundo São Mateus quando Jesus chama os seus discípulos
a segui-lo dando-lhes as condições para esse seguimento, podemos ver com
clareza essa questão (cf. Mt 16,25-26).
E igualmente no Evangelho segundo São João (cf.
Jo 15,13). Saibamos que a alma humana é o mais íntimo do homem e o que
existe de maior valor no homem. Vejamos o que nos diz o Catecismo da Igreja:
Muitas vezes o termo alma designa na Sagrada Escritura a
vida humana ou a pessoa humana inteira. Mas designa também o que há de mais
íntimo no homem e o que há nele de maior valor, aquilo que mais particularmente
o faz ser imagem de Deus: “alma” significa o princípio espiritual no homem (CIC n.363).
E
prossegue o mesmo Catecismo dizendo:
O corpo do homem participa da dignidade da “imagem de
Deus”: ele é corpo humano precisamente porque é animado pela alma espiritual, e
é a pessoa humana inteira que está destinada a tornar-se, no Corpo de Cristo, o
Templo do Espírito
(CIC n.364).
Outro
documento do Magistério muito importante que deve ser consultado em relação ao
sufrágio das almas é o Manual das Indulgências.
Muitas pessoas não creem em indulgências, porém, aos que acreditam, deixo aqui as
concessões do manual referentes a essa devoção.
Vemos
que o Catecismo da Igreja Católica assim se manifesta sobre a doutrina das
indulgências: “Pelas indulgências, os
fiéis podem obter para si mesmos e também para as almas do Purgatório a
remissão das penas temporais, conseqüências dos pecados” (CIC n.1498). Portanto,
ao rezarmos pelas pias almas dos nossos entes queridos e outros irmãos que
morreram, nós estamos fazendo uma das 7 obras de misericórdia espirituais que
diz: “Rogar a Deus por vivos e defuntos”.
(Sétima obra de misericórdia
espiritual).
Após
consultarmos algumas passagens das Sagradas Escrituras e o Catecismo da Igreja,
vejamos agora o Manual das Indulgências e analisemos o que ele nos ensina sobre
o modo e a devoção de rezar pelas almas dos nossos irmãos falecidos, bem como o
respeito que devemos ter em relação ao lugar onde depositamos os seus restos
mortais, ou seja, os nossos cemitérios que são lugares sagrados tanto quanto às
Igrejas. Pois aí são guardados os corpos dos nossos entes queridos onde
repousam e esperam a ressurreição final na glória de Cristo Criador e Salvador do
mundo (cf. Ap 5,12; 21,24).
O
Manual das Indulgências, ligado a Tradição da Igreja, assim nos fala: “Concede-se indulgência parcial ao
fiel que devotamente recitar laudes ou vésperas do ofício dos defuntos” (Manual
das Indulgências, n. 18). Ainda nos ensina o mesmo Manual que: “Ao fiel que visitar devotamente um
cemitério e rezar, mesmo em espírito, pelos defuntos, concede-se indulgência
aplicável somente às almas do purgatório. Esta indulgência será plenária,
cada dia, 1º a 8 de novembro; nos outros dias do ano será parcial” (Manual
das Indulgências, n. 13). Bem como o número 14 do mesmo Manual assim nos dá esta
outra concessão: “Ao fiel que visitar
devotamente um cemitério de antigos cristãos ou “catacumba”, concede-se
indulgência parcial” (Manual das Indulgências, n. 14).
A
Igreja sempre mostrou amor e grande respeito por todos aqueles que já passaram
pela morte porque ela tem a certeza da importância da alma humana. Portanto, mostremos
a exemplo dela sempre o nosso amor e respeito por todos aqueles que já partiram
deste mundo, sejam eles bons ou maus. Cristo morreu para todos; e o julgamento
só pertence a Cristo que é justo juiz. Rezemos sempre pelos nossos irmãos que
nos precederam na morte porque eles precisam bastante das nossas orações e até
de nossos sacrifícios. Lembremo-nos também que um dia morreremos. Sendo assim, nós
precisaremos das orações dos que aqui ficarão. Ou seja, precisamos uns dos
outros. (cf. Rm 14,7; 1Cor 12,26-27) nos
diz o Catecismo que: “Todos os que somos
filhos de Deus e constituímos uma única família em Cristo, enquanto nos
comunicamos uns com os outros em mútua caridade e um mesmo louvor à Santíssima
Trindade, realizamos a vocação própria da Igreja. (CIC n.559), Sobre este assunto também a Constituição Dogmática
Lumem Gentium nos ensina (cf. LG n.50).
Lembremos
também a jaculatória que a Santíssima Virgem Maria Mãe de Deus, em uma das
aparições na Cova da Iria em Fátima, Portugal, ensinou a três crianças, a Serva
de Deus Lúcia dos Santos, São Francisco Marto e Santa Jacinta Marto, esta bela
oração em nosso socorro e em favor das almas do Purgatório: “Ó meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do
fogo do inferno, levai as almas todas para o Céu, e socorrei principalmente
aquelas que mais precisarem”. Esta jaculatória posteriormente foi
acrescentada a oração de Santo Rosário após cada dezena.
Rezemos
com fé pelos nossos irmãos falecidos, pedindo a poderosa intercessão da Virgem
Maria, em seu favor, assim, o bom Deus ouvirá as nossas orações e súplicas e,
socorrerá em sua grande misericórdia as pobres almas em suas necessidades e as
levará para o seu Reino onde elas gozarão da sua presença, adorando o Cordeiro
pelos séculos dos séculos (Ap 7,9-17).
Dom Gilvan Francisco
dos Santos, O.S.B
Salvador, Bahia - 04 de junho de 2020
Nenhuma forma de devoção substitui a Santa Missa que é o Sacrifício Redentor de Cristo o Cordeiro Imaculado de Deus Pai.
TERÇO EM SUFRÁGIO DAS ALMAS DO PURGATÓRIO
Para
ser rezado na segunda-feira que é dedicada ao sufrágio das almas do Purgatório.
- Credo
- Pai-Nosso
- Ave-Maria
Glória
ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo...
Nas contas grandes do
terço diz:
- Pai-Nosso
Nas contas pequenas
do terço diz:
-
R/. Repouso eterno dai-lhe Senhor,
-
V/. Da Luz perpétua o esplendor.
Glória
ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo...
No final de cada
mistério diz:
-
Que as almas do Purgatório pela misericórdia de Deus descansem em paz. Amém.
ORAÇÃO
Ó
Deus Criador e Redentor de todos os fiéis, concedei às almas de vossos servos a
benigna remissão de todos os seus pecados, para conseguirem pelas pias súplicas
de vossa Igreja a indulgência a que sempre aspiram. Amém.
- Dai-lhes,
Senhor, o eterno descanso, entre os esplenderes da Luz perpétua. Descansem em
paz. Amém.
ORAÇÃO PELOS MORTOS
Ó Deus, que perdoais e salvais os homens, suplicamos vossa clemência, em favor de
(N… e dos outros) nossos irmãos, parentes, amigos e benfeitores que partiram
desta vida, para que alcancem, graças à intercessão da Virgem Maria e de todos
os vossos Santos, participar da vida eterna. Por Cristo nosso Senhor.
(Diretório Litúrgico da Congregação Beneditina do Brasil)
REFERÊNCIAS
BÍBLIA
DE JERUSALÉM. Nova edição, revista e ampliada. São Paulo: Paulus, 2002.
CATECISMO
DA IGREJA CATÓLICA. 3ª. ed. / Petrópolis: Vozes; São Paulo: Paulinas, Loyola,
Ave-Maria, 1993.
CONCÍLIO
ECUMÊNICO VATICANO II. Lumem Gentium
– Constituição Dogmática sobre a Igreja, n. 31 / 23ª edição – 2011; 1ª
reimpressão – 2012: São Paulo: Paulinas, 2012.
MANUAL
DAS INDULGÊNCIAS, normas e concessões. Tradução: Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil. Revisão Edson Gracindo, 1989.
(MARTIROLÓGIO
ROMANO-MONÁSTICO. Adaptado para o Brasil pelos monges do Mosteiro da
Ressurreição / Ponta Grossa, PR, 1997).
Outras referências
para consulta
EUGÊNIA
VON DER LEYEN. Conversando com as almas
do Purgatório. Prólogo de Arnold Giullet, prefácio do editor Dr. Peter
Gehring. / Tradução de Alphons Gilbert. São Paulo: Ave Maria, 1994.
MÊS
DAS ALMAS DO PURGATÓRIO. Mons. Dr. José Basílio Pereira; 12ª edição / Salvador
Bahia: Editora Mensageiro da fé Ltda., 1955.
SIMMA,
MARIA. Maria Simma e as almas do
Purgatório. Editor, João Jorge Albano; Curitiba: Editora Correio da Paz,
1998.
Ut In Omnibus Glorificetur Deus (RB 57, 9)
OFÍCIO DAS BENDITAS ALMAS DO PURGATÓRIO
MATINAS
1-
Abrirei meus lábios
Em
tristes assuntos,
Para
sufragar
Aos
fiéis defuntos.
2
– Sede em meu favor,
Salvador
do mundo,
E
das almas santas
Do
lago profundo.
3-
Nós vos pedimos
Pronta
salvação,
Preferindo
aquelas
Da
nossa intenção.
4-
Para que por vós,
Jesus,
sumo Bem,
Elas
já descansem
Para
sempre. Amem.
Hino
1-
Deus vos salve, Cristo
Em
vossa paixão,
Redentor
das almas
Dos
filhos de Adão.
2-
Por tal benefício,
Público
e notório,
Socorrei
as almas
Lá
do Purgatório.
3-
Não entreis com elas,
Senhor,
em juízo,
Para
que não tenham
Total
prejuízo;
4-
Porque na presença
Do
Crucificado,
Nenhum
dos viventes
É
justificado.
5-
Pelo sacrifício
Da
sagrada Missa,
Não
useis com elas
Da
vossa justiça.
6-
Com as tristes almas,
Meu
senhor, usai
Das
misericórdias
De
Deus, vosso Pai.
7-
Vós sois o Cordeiro
Todo
ensanguentado;
Para
o bem das almas
Tão
sacrificado.
8-
Supra vosso Sangue,
Precioso
e santo,
O
dever das almas
Que
padecem tanto.
9-
Peçamos a Deus
A
eterna luz
Para
os que dormem
Em
Cristo Jesus.
10-
Ouvi, meu bom Deus,
O
deprecatório
Em
favor das almas
Lá
do Purgatório.
Pai
Nosso e Ave Maria...
Oremos
Onipotente
e misericordioso Deus Senhor nosso, supremo dominador dos vivos e dos mortos,
pelos méritos infinitos do vosso Unigênito Filho, e também pelos merecimentos
da sempre Virgem Maria, sua Mãe, e por todos os merecimentos dos
bem-aventurados, concedei propício o perdão das penas que merecem as almas dos
fiéis defuntos, pelas quais fazemos estas preces, para que livres do
Purgatório, vão gozar da eterna glória, por todos os séculos dos séculos. Amém.
PRIMA
1-
Sede em meu favor,
Salvador
do mundo,
E
das almas santas
Do
lago profundo.
2-
Nós vos pedimos
Pronta
salvação,
Preferindo
aquelas
Da
nossa intenção.
3-
Para que por vós,
Jesus,
sumo Bem,
Elas
já descansem
Para
sempre. Amém.
HINO
1-
Deus vos salve, excelso
Senhor,
compassivo,
Das
almas que penam
Entre
o fogo vivo.
2-Segundo
batismo
Lhe
dai, Senhor,
Batismo
de fogo
Purificador.
3-
Como em Babilônia
Os
três inocentes,
Só
de vós se lembram
Nas
chamas ardentes.
4-
Só a vossa clemência
As
pode remir
Do
fogo que arde
Sem
as consumir.
5-
Fogo que formastes
Com
tais predicados
Para
expiação
Dos
nossos pecados.
6-
Muito mais ativo
Que
o calor do sol,
Pior
que uma frágua,
Que
um vivo crisol.
7-
Supra o vosso Sangue
Que
é tão meritório
O
dever das almas
Lá
do Purgatório.
8-
Aplacai as chamas
Também
o calor,
Daquele
tremendo
Fogo
expiador.
9-
Peçamos a Deus
A
eterna luz,
Para
os que já dormem
Em
Cristo Jesus.
10-
Ouvi, meu bom Deus,
O
deprecatório
Em
favor das almas
Lá
do Purgatório.
Pai
Nosso e Ave Maria...
Oremos
Onipotente
e misericordioso Deus e Senhor nosso, supremo dominador dos vivos e dos mortos,
pelos grandes merecimentos da sempre Virgem Maria, sua Mãe, e por todos os
merecimentos dos bem-aventurados, concedei propício o perdão das penas que
merecem as almas dos fiéis defuntos, pelos quais fazemos estas preces, para
que, livres do Purgatório, vão gozar da eterna glória, por todos os séculos dos
séculos. Amém.
TERCIA
1-
Sede em meu favor,
Salvador
do mundo,
E
das almas santas
Do
lago profundo.
2-
Nós vos pedimos
Pronta
salvação,
Preferindo
aquelas
Da
nossa intenção.
3-
Para que por vós,
Jesus,
sumo Bem,
Elas
já descansem
Para
sempre. Amém.
HINO
1-
Deus vos salve, Pai
De
misericórdia,
Onde
resplandece
A
paz e a concórdia.
2-
Por tal excelência
Que
em vós adoramos,
Socorrei
as almas,
Por
quem suplicamos.
3-
Tão aferrolhadas,
Como
Manassés,
Mover
não podem
Suas
mãos nem os pés.
4-
Privadas de verem
Ao
grande Adonai,
Seu
eterno Rei,
Seu
divino Pai.
5-
Mais penalizadas
Do
que Absalão,
Por
já não gozarem
De
Deus a visão.
6-
Como o Santo Job,
Tão
amargamente
Lágrimas
derramam
Para
Deus somente.
7-
Qual o Rei Profeta
Seus
olhos aflitos
Estão
já enfermos
Por
falta de espírito.
8-
Médico divino
Só
vossa virtude
Pode
dar às almas
Eterna
Saúde.
9-
Peçamos a Deus
A
eterna luz,
Para
os que já dormem
Em
Cristo Jesus.
10-
Ouvi, meu bom Deus,
O
deprecatório
Em
favor das almas
Lá
do Purgatório.
Pai
Nosso e Ave Maria...
Oremos
Onipotente
e misericordioso Deus e Senhor nosso, supremo dominador dos vivos e dos mortos,
pelos méritos infinitos do vosso Unigênito Filho e também pelos grandes merecimentos
da sempre Virgem Maria, sua Mãe, e por todos os merecimentos dos
bem-aventurados, concedei propício o perdão das penas que merecem as almas dos
fiéis defuntos, pelos quais fazemos estas preces, para que, livres do
Purgatório, vão gozar da eterna glória, por todos os séculos dos séculos. Amém.
SEXTA
1-
Sede em meu favor,
Salvador
do mundo,
E
das almas santas
Do
lago profundo.
2-
Nós vos pedimos
Pronta
salvação,
Preferindo
aquelas
Da
nossa intenção.
3-
Para que por vós,
Jesus,
sumo Bem,
Elas
já descansem
Para
sempre. Amém.
HINO
1-
Deus vos salve, nosso
Divino
Mecenas,
Protetor
das almas
Que
estão entre penas.
2-
Vós sois nosso Irmão
Pela
humanidade,
Nosso
advogado
Com
a Divindade.
3-
Derramai mil graças
Dessas
vossas mãos,
Sobre
aquelas almas
Dos
nossos irmãos.
4-
Obrai, pois, com elas,
Já
com brevidade,
Um
rasgo estupendo
Da
vossa bondade.
5-
Apressai as horas,
Chegai
o momento
De
finalizarem
Seus
grandes tormentos.
6-
Não vos recordeis
Dos
tempos passados,
Quando
cometeram
Seus
grandes pecados.
7-
Supra Vosso Sangue,
Tão
satisfatório,
O
dever das almas
Lá
no Purgatório.
8-
Acabai as vossas
Correções
fraternas,
Para
que já gozem
Delícias
eternas.
9-
Peçamos a Deus
A
terna luz,
Para
as que já dormem
Em
Cristo Jesus.
10-
Ouvi, meu bom Deus,
O
deprecatório
Em
favor das almas
Lá
do Purgatório.
Pai
Nosso e Ave Maria...
Oremos
Onipotente
e misericordioso Deus e Senhor nosso, supremo dominador dos vivos e dos mortos,
pelos méritos infinitos do vosso Unigênito Filho e também pelos grandes merecimentos
da sempre Virgem Maria, sua Mãe, e por todos os merecimentos dos
bem-aventurados, concedei propício o perdão das penas que merecem as almas dos
fiéis defuntos, pelos quais fazemos estas preces, para que, livres do
Purgatório, vão gozar da eterna glória, por todos os séculos dos séculos. Amém.
NOA
1-
Sede em meu favor,
Salvador
do mundo,
E
das almas santas
Do
logo profundo.
2-
Nós vos pedimos
Pronta
salvação,
Preferindo
aquelas
Da
nossa intenção.
3-
Para que por vós,
Jesus,
sumo Bem,
Elas
já descansem
Para
sempre. Amém.
HINO
1-
Deus vos salve, Cristo,
Pastor
piedoso
Das
almas benditas
Do
lago penoso.
2-
Libertai as almas
Pastor
sempiterno,
Daquele
lugar
Junto
do inferno.
3-
Qualquer dessas almas,
Que
pena terá!
Porque
no inferno
Quem
vos louvará?
4-
Nesta tristes almas,
Senhor,
acabai
Os
justos castigos
De
Deus, vosso Pai.
5-
Supra vosso Sangue,
Tão
satisfatório,
O
dever das almas
Lá
no Purgatório.
6-
Quebrai, meu Jesus,
Poderoso
e forte,
Aquelas
prisões
Dos
laços da morte.
7-
Seja o vosso braço
O
libertador
Das
almas que penam
Em
tanto rigor.
8-
Por vós finalize,
Jesus
soberano,
Nessas
tristes almas
A
pena do dano.
9-
Peçamos a Deus
A
eterna luz,
Para
os que já dormem
Em
Cristo Jesus.
10-
Ouvi, meu bom Deus,
O
deprecatório
Em
favor das almas
Lá
do Purgatório.
Pai
Nosso e Ave Maria…
Oremos
Onipotente
e misericordioso Deus e Senhor nosso, supremo dominador dos vivos e dos mortos,
pelos merecimentos infinitos do vosso Unigênito Filho, e também pelos grandes
merecimentos da sempre Virgem Maria, sua Mãe, e por todos os merecimentos dos
bem-aventurados, concedei propício o perdão das penas que merecem as almas dos
fiéis defuntos, pelas quais fazemos estas preces, para que livres do
Purgatório, vão gozar da eterna glória, por todos os séculos dos séculos. Amém.
VÉSPERAS
1-
Sede em meu favor,
Salvador
do mundo,
E
das almas santas
Do
lago profundo.
2-
Nós vos pedimos
Pronta
salvação,
Preferindo
aquelas
Da
nossa intenção.
3-
Para que por vós,
Jesus,
sumo Bem,
Elas
já descansem
Para
sempre. Amém.
HINO
1-
Deus vos salve, Filho
Do
Onipotente,
Com
as tristes almas
Sempre
tão clemente.
2-
Tende compaixão
Dessas
tristes almas,
Que
estão padecendo
Rigorosas
calmas.
3-
Bem como as securas
Do
rico avarento,
Padecem
as almas
Outro
igual tormento.
4-
Assim como os servos
Dos
vales e montes
Quando
sequiosos
Procuram
as fontes.
5-
Assim mesmo as almas,
Querem
excessivas
Só
a vós, meu Deus,
Fonte
d'aguas viva.
6-
Mandai-lhes, propício,
As
águas da graça,
Para
melhorarem
Daquela
desgraça.
7-
O perdão das almas,
Senhor,
alcançai,
Das
misericórdias
De
Deus, vosso Pai.
8-
Vosso Sangue seja
Propiciatório
De
Deus, para as almas
Lá
do Purgatório.
9-
Peçamos a Deus
A
eterna luz,
Para
os que já dormem
Em
Cristo Jesus.
10-
Ouvi, meu bom Deus,
O
deprecatório
Em
favor das almas
Lá
do Purgatório.
Pai
Nosso e Ave Maria...
Oremos
Onipotente
e misericordioso Deus e Senhor nosso, supremo dominador dos vivos e dos mortos,
pelos méritos infinitos do vosso Unigênito Filho e também pelos grandes
merecimentos da sempre Virgem Maria, sua Mãe, e por todos os merecimentos dos
bem-aventurados, concedei propício o perdão das penas que merecem as almas dos
fiéis defuntos, pelos quais fazemos estas preces, para que, livres do
Purgatório, vão gozar da eterna glória, por todos os séculos dos séculos. Amém.
COMPLETAS
1-
Converta-nos Deus
A
nós todos juntos,
Para
sufragarmos
Aos
fiéis defuntos.
2-
Sede em meu favor,
Salvador
do mundo,
E
das almas santas
Do
lago profundo.
3-
Nós vos pedimos
Pronta
salvação,
Preferindo
aquelas
Da
nossa intenção.
4-
Para que por vós,
Jesus,
sumo Bem,
Elas
já descansem
Para
sempre. Amém.
HINO
1-
Deus vos salve, esposo
Das
almas fiéis,
Que
estão padecendo
Tormentos
cruéis.
2-
Olhai compassivo
Para
as fadigas
Dessas
que não são
Vossas
inimigas,
3-
Mesmo assim vos amam
Em
tal padecer,
Sem
aqueles toques
Do
doce prazer.
4-
Como as virgens loucas
Foram
imprudentes,
Perdoai
as suas
Ações
negligentes.
5-
Celebrai depressa
As
núpcias eternas,
Com
aquelas almas
Humildes
e ternas.
6-
Conduzí-as logo
A
feliz herança
Da
vossa suprema
Bem-aventurança.
7-
Transportai-as já,
Sem
mais dilação,
Para
os tabernáculos
Da
Santa Sião.
8-
Por vós, gozem elas,
Sem
maior detença,
Os
doces efeitos
Da
vossa presença.
9-
Peçamos a Deus
A
eterna luz
Para
os que já dormem
Em
Cristo Jesus.
10-
Ouvi, meu bom Deus,
O
deprecatório
Em
favor das almas
Lá
do Purgatório.
Pai
Nosso e Ave Maria...
Oremos
Onipotente
e misericordioso Deus e Senhor nosso, supremo dominador dos vivos e dos mortos,
pelos méritos infinitos do vosso Unigênito Filho, e também pelos grandes
merecimentos da sempre Virgem Maria, sua Mãe, e por todos os merecimentos dos
bem-aventurados, concedei propício o perdão das penas que merecem as almas dos
fiéis defuntos, pelos quais fazemos estas preces, para que, livres do
Purgatório, vão gozar da eterna glória, por todos os séculos dos séculos. Amém.
OFERECIMENTO
1-
Nós vos oferecemos,
Ó
bom Deus propício,
Pelas
tristes almas
Este
breve ofício.
2-
Vós, que sabeis tudo
Quanto
nós pensamos,
Bem
sabeis que almas
Hoje
sufragamos.
3-
Participem todas,
Por
vossa bondade,
Conforme
a justiça
E
a caridade.
4-
Para que por vós,
Jesus,
sumo Bem,
Em
paz já descansem
Para
sempre. Amém.
Fim
- Dai-lhes,
Senhor, o eterno descanso a todas as almas, entre os esplenderes da Luz Perpétua. Descansem em
paz. Amém.