sexta-feira, 29 de junho de 2018

AS SANTAS GERTRUDES E AS MATILDES OU MECTILDES DO MOSTEIRO DE HELFTA – ALEMANHA, AS JOIAS DA IGREJA E DO MONAQUISMO GERMÂNICO




Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B
(Monge Beneditino)
Salvador, Bahia – 29 de junho de 2018
INTRODUÇÃO

A nossa Sagrada Ordem Beneditina tem um acervo cultural e espiritual incomparável, bem como, uma multidão de santos, que nem mesmo, nós, os monges, conhecemos toda a sua riqueza. Ao adentrarmos na história monástica e na sua espiritualidade, ficamos sempre perplexos ao descobrirmos coisas novas e sempre atuais com as quais podemos sem dúvida alguma ajudar os nossos irmãos, para o crescimento do reino de Deus.

Nesta vastidão de tesouros, aqui, concedo aos meus leitores, quatro grandes mulheres, verdadeiras jóias da Igreja e do monaquismo, principalmente o monaquismo germânico. Estas viveram no século XIII no mesmo Mosteiro, na importante Abadia de Helfta na Alemanha. Mulheres que, abertas a graça de Deus, foram iluminadas pelo Espírito Santo, por isso, deixaram elas um legado para toda a humanidade e jamais serão esquecidas no tempo como afirma o Livro dos Provérbios: “Todos esses foram honrados por seus contemporâneos e glorificados já em seus dias. Alguns deles deixaram um nome que ainda é citado com elogios (Pr 44, 7-8).

Na Abadia de Helfta, viveram no mesmo período, a grande Abadessa Gertrudes de Hackeborn, sua irmã Santa Matilde ou Mectilde de Hackeborn, Santa Gertrudes de Helfta ou Magna, discípula de Santa Matilde e Santa Matilde ou Mectilde de Magdeburgo. Por muitos confundirem estas santas monjas, dar-vos-ei uma breve explicação da vida de cada uma delas, quem ingressou primeiro no Mosteiro e suas obras, para que assim saibam distingui as Gertrudes e as Matilde ou Mectilde do Mosteiro de Helfta.

Que Nosso Patriarca São Bento interceda por todos nós e nos guie sempre Àquele que ele tanto amou e hoje está com Ele no céu. Amém.



AS SANTAS GERTRUDES E AS MATILDES OU MECTILDES DO MOSTEIRO DE HELFTA – ALEMANHA, AS JOIAS DO MONAQUISMO GERMÂNICO

Santa Gertrudes de Helfta ou a Grande, O.S.B (1256-1302), é sempre confundida com uma outra grande Abadessa da importantíssima Abadia de Helfta na Alemanha, a Abadessa Santa Gertrudes de Hackeborn, O.S.B (1231/32-1291/92). Também são confundidas outras duas Santas da mesma Abadia. São elas: Santa Matilde ou Mectilde de Hackeborn, O.S.B (1241/42-1298), esta era irmã de sangue de Santa Gertrudes de Hackeborn e a outra era Santa Matilde ou Mectilde de Magdeburgo, O.S.B (1207-1282). Estas quatro Santas são para a Germânia verdadeiras pérolas do cristianismo.

Pois bem, entendamos como foram as relações dessas Santas e o que representaram na vida da importante e imponente Abadia de Helfta.

No imponente Mosteiro de Helfta já existia Gertrudes de Hackeborn, a qual teve um longo e frutuoso abaciado de 40 anos. Numa audiência dada pelo nosso querido Papa emérito Bento XVI, em 29 de setembro de 2010, o Pontífice nos fala de Gertrudes de Hackeborn. Nos diz ele:

O Barão já tinha dado ao mosteiro uma filha, Gertrudes de Hackeborn (1231/1232 — 1291/1292), dotada de uma personalidade acentuada, Abadessa por quarenta anos, capaz de dar um cunho peculiar à espiritualidade do mosteiro, levando-o a um florescimento extraordinário como centro de mística e de cultura, escola de formação científica e teológica. Gertrudes ofereceu às monjas uma elevada educação intelectual, que lhes permitia cultivar uma espiritualidade fundada na Sagrada Escritura, na Liturgia, na Tradição patrística, na Regra e na espiritualidade cisterciense, com preferência especial por São Bernardo de Claraval e Guilherme de Saint-Thierry. Foi uma verdadera mestra, exemplar em tudo, na radicalidade evangélica e no zelo apostólico. Desde a infância, Matilde acolheu e saboreou o clima espiritual e cultural criado pela irmã, oferecendo depois a sua contribuição pessoal (BENTO XVI. Audiência geral - 29 de setembro de 2010).

A sua irmã Matilde ou Mectilde de Hackeborn, como queira chama-la, ainda muito jovem, ao visitá-la, na Abadia, fica encantada com a vida monástica e decide também ingressar para o Mosteiro. Ouçamos mais uma vez o Papa em sua audiência sobre Santa Matilde de Hackeborn:

Matilde (Hackeborn) nasce em 1241, ou 1242, no castelo de Helfta; é a terceira filha do Barão. Com sete anos de idade, visita com a mãe a irmã Gertrudes no mosteiro de Rodersdorf. Fica tão fascinada por aquele ambiente, que deseja ardentemente fazer parte dele. Entra como educanda e, em 1258, torna-se monja no convento que, entretanto, se tinha transferido para Helfta, na quinta dos Hackeborn. Distingue-se por humildade, fervor, amabilidade, pureza e inocência de vida, familiaridade e intensidade com que vive a relação com Deus, a Virgem e os Santos. É dotada de elevadas qualidades naturais e espirituais, como «a ciência, a inteligência, o conhecimento das letras humanas, a voz de uma suavidade maravilhosa: tudo a tornava apta para ser no mosteiro um autêntico tesouro, sob todos os aspectos» (Ibid., Introdução). Assim, «o rouxinol de Deus» — como é chamada — ainda muito jovem, torna-se diretora da escola do mosteiro, diretora do coro, mestra das noviças, serviços que desempenha com talento e zelo incansável, não só em vantagem das monjas, mas de quem quer que desejasse haurir da sua sabedoria e bondade (BENTO XVI. Audiência geral - 29 de setembro de 2010).

E continua o Papa:

A discípula Gertrudes (Santa Gertrudes de Helfta ou a Grande) descreve com expressões intensas os últimos momentos da vida de Santa Matilde de Hackeborn, duríssimos mas iluminados pela presença da Beatíssima Trindade, do Senhor, da Virgem Maria e de todos os Santos, mas inclusive da irmã de sangue, Gertrudes. Quando chegou a hora em que o Senhor quis chamá-la para junto de Si, ela pediu-lhe para poder viver ainda no sofrimento, para a salvação das almas, e Jesus compadeceu-se deste ulterior sinal de amor. […] Matilde tinha 58 anos. Percorreu a última etapa caracterizada por oito anos de graves doenças. A sua obra e a sua fama de santidade difundiram-se amplamente. Quando chegou a sua hora, «o Deus de Majestade... única suavidade da alma que O ama... cantou-lhe: Venite vos, benedicti Patris mei... Vinde, ó vós que sois os benditos do meu Pai, vinde receber o reino... e associou-o à sua glória» (Ibid., VI, 8). (BENTO XVI. Audiência geral - 29 de setembro de 2010).

Aconteceu que quando Matilde completou 20 anos de idade, ingrassa também uma menina em tenra idade, chamada Gertrudes; aquela que depois ficou conhecida como Santa Gertrudes de Helfta ou a Grande. Ela é bastante conhecida por causa das visões do Sagrado Coração de Jesus e por escrever um livro sobre as revelações de Jesus feitas à Santa Matilde de Hackeborn. Santa Gertrudes de Helfta era discípula de Santa Matilde de Hackeborn, e tinha outra discípula amiga de Gertrudes, a qual não conhecemos o seu nome. Gertrudes, juntamente com essa monja foi quem escreveram um livro onde contam as revelações do Sagrado Coração de Jesus a Santa Matilde de Hackeborn. Pois Santa Matilde de Hackeborn não queria essas revelações escritas. Por isso, as duas monjas sem que Matilde soubesse iam redigindo tais revelações. Ao saber, Matilde, dos empreendimentos das suas monjas discípulas, ficou muito triste e, com isso, queixa-se a Jesus. Porém, Jesus aprova o trabalho de suas duas discípulas e pede que continuem a escrever o livro que ainda não tinha terminado de escrever, porque este traria muitas graças para um grande número de almas. Esta Obra chama-se: Das graças especiais. Por conta desse fato, Santa Matilde de Hackeborn fica no anonimato e Gertrudes de Helfta em evidência. De Santa Gertrudes nos diz o nosso Santo Padre Bento XVI:

Em 1261 chegou ao convento uma criança de cinco anos, chamada Gertrudes: é confiada aos cuidados de Matilde, com apenas vinte anos, que a educa e guia na vida espiritual, a ponto de fazer dela não só a discípula excelente, mas também a sua confidente (BENTO XVI. Audiência geral - 29 de setembro de 2010).

Na mesma Abadia de Helfta, pouco tempo depois, aparece uma outra Matilde ou Mectilde; a de Magdeburgo, que também começa a ter visões e revelações do Sagrado Coração de Jesus. Escrevendo, esta, uma importante Obra chamada A luz fulgurante da aurora. Neste livro ela narra o amor do Sagrado Coração, fala sobre a esposa do Cântico dos Cânticos, do jardim, sobre a água, dos pássaros, etc. Ouçamos o mesmo Pontífice falar de Matilde de Magdeburgo:  

Em 1271, ou 1272, entra no mosteiro também Matilde de Magdeburgo. Assim, o lugar acolhe quatro grandes mulheres — duas Gertrudes e duas Matilde — glória do monaquismo germânico (BENTO XVI. Audiência geral - 29 de setembro de 2010).

E ainda:
As suas visões, os seus ensinamentos e as vicissitudes da sua existência são descritos com expressões que evocam a linguagem litúrgica e bíblica. É assim que se entende o seu profundo conhecimento da Sagrada Escritura, que era o seu pão de cada dia. Recorre a ela continuamente, quer valorizando os textos bíblicos lidos na liturgia, quer haurindo símbolos, termos, paisagens, imagens e personagens. A sua predileção é pelo Evangelho: «As palavras do Evangelho eram para ela um alimento maravilhoso e suscitavam no seu coração sentimentos de tanta docilidade, que muitas vezes, pelo entusiasmo, não conseguia terminar a sua leitura... O modo como lia aquelas palavras era tão fervoroso, que em todos suscitava a devoção. Assim também, quando cantava no coro, vivia totalmente absorvida em Deus, transportada por tanto ardor que às vezes manifestava os seus sentimentos com gestos... Outras vezes, como que arrebatada em êxtase, não ouvia quantos a chamavam ou a moviam, e mal conseguia retomar o sentido das coisas exteriores» (Ibid., VI, 1) (BENTO XVI. Audiência geral - 29 de setembro de 2010).

Tão importante são estas santas mulheres do Mosteiro de Helfta, que o escritor e Poeta italiano, Dante Alighieri (1265-1321), faz referência, em sua Obra, a uma delas - Matilde. Porém, não sabemos, por certo, de qual Matilde ele se refere. Se a de Hackeborn ou a de Magdeburgo.

Peçamos sempre ao bom Deus a sua iluminação para que possamos a exemplo dessas ilustríssimas e santas mulheres ser um sinal de bênçãos para os nossos irmãos e que contribuamos para o crescimento do seu Reino na terra.


AS QUATRO PÉROLAS DO MOSTEIRO DE HELFTA – ALEMANHA
A GLÓRIA DO MONAQUISMO GERMÂNICO


1- Abadessa Gertrudes de Hackeborn, O.S.B 
(1231/32-1291/92)


2- Santa Matilde ou Mectilde de Hackeborn, O.S.B 
(1241/42-1298)


3- Santa Gertrudes de Helfta ou Magna, O.S.B 
(1256-1302)


4- Santa Matilde ou Mectilde de Magdeburgo, O.S.B 
(1207-1282)


REFERÊNCIAS

GERTRUDES, Santa. Segredos do Coração de Jesus. Revelações de Santa Gertrudes, livro II / Santa Gertrudes; [tradução: Celso da Costa Carvalho Vidigal]. – Artpress – São Paulo, 2011.

______, Santa. Mensagem do amor de Deus. Revelações de Santa Gertrudes, livro III / Santa Gertrudes; [tradução: Celso da Costa Carvalho Vidigal]. – Artpress – São Paulo, 2009.


MARTIRIOLÓGIO ROMANO-MONÁSTICO. Abadia de São Pierre de Solesmes / traduzido e adaptado para o Brasil pelos monges do Mosteiro da Ressurreição / Ponta Grossa, PR - Mosteiro da Ressurreição, edições, 1997.

Ut In Omnibus Glorificetur Dei (RB 57, 9)

sexta-feira, 15 de junho de 2018

BREVE PARA A BEATIFICAÇÃO E BULA PARA CANONIZAÇÃO DE SANTA TERESINHA DO MENINO JESUS E DA SAGRADA FACE, O.C.D, (1873-1897), dados pelo Papa Pio XI que a elegeu "Estrela do seu pontificado"


BREVE PARA A BEATIFICAÇÃO DE
SANTA TERESINHA DO MENINO JESUS E DA SAGRADA FACE, O.C.D
Dado pelo Papa Pio XI em 29 de abril de 1923

Le texte original est en latin 
Lu en latin à la Cérémonie de Béatification. 




BREF DE BEATIFICATION

“QUOD JOHANNES VIDIT”

29 AVRIL 1923
PIE XI, SOUVERAIN PONTIFE

POUR PERPÉTUELLE MÉMOIRE
  
SAINT JEAN a vu, sur les Montagnes de Sion, le chœur des Vierges qui suivent l'Agneau partout où il va, et il a entendu un Cantique très suave que personne ne pouvait redire. Cela montre jusqu'à quel point Dieu estime la fleur de la Virginité, c'est-à-dire, ce genre de vie qui est plus conforme à la nature angélique qu'à la nature humaine. Cette vie, précieuse entre toutes, due à la grâce évangélique, un grand nombre de jeunes filles l'ont embrassée avec zèle, à la suite de l'Auguste Vierge, Mère de Dieu, qui est regardée, à bon droit, comme l'Auteur de la Beauté virginale. Elles portent leurs robes blanches dans l'Eglise de Dieu. Elles méprisent les voluptés et les séductions passagères du monde, pour les Biens Célestes qui ne passent pas. Aussi voyons-nous, dans l'Eglise Catholique, les lis blancs des Vierges se mêler aux roses de pourpre des Martyrs. Les uns et les autres forment cette couronne splendide dont l'Epouse immaculée du Christ est ornée.

Or, à notre époque, s'est distinguée, dans ce chœur des Vierges, THERESE DE L'ENFANT-JESUS, Religieuse professe, gloire et ornement de l'Ordre du Carmel, qui, en peu d'années, a rempli une longue course et a rehaussé la candeur virginale qu'elle avait vouée à l'Agneau Divin, par l'éclat des plus belles vertus.

C'est à Alençon, au diocèse de Séez, qu'est née la Servante de Dieu ; elle fut la dernière de neuf enfants ; elle eut pour parents Louis-Joseph-Stanislas Martin et Marie- Zélie Guérin, qui jouissaient des biens de la fortune et surtout des qualités d'une vie vraiment chrétienne.

Elle naquit le 2 janvier 1873; elle fut baptisée le 4 de ce même mois et reçut les prénoms de MARIE-FRANÇOISE- THERESE. A l'époque où la Servante de Dieu vint au monde, son père, qui avait acquis honorablement une fortune suffisante pour quitter son commerce de joaillier, s'était consacré tout entier à l'éducation de ses enfants ; il avait pour compagne et pour aide, dans cette œuvre, sa femme qui a, dit-on, exprimé le vœu que ses cinq filles consacrent à Dieu leur virginité, comme elles le firent en effet, l'une après l'autre.

Dans ce domicile de la piété, l'enfant avait à peine deux ans, qu'elle manifestait déjà l'usage de la raison; elle fut aussitôt éprise de la beauté de la vertu. Elle commença donc à aimer l'Enfant Jésus de tout son cœur pour ne jamais lui déplaire. Elle avait quatre ans et demi lorsque la mort prématurée de sa bien-aimée mère lui causa une cruelle douleur et lui fit perdre complètement sa gaîté naturelle. Ses sœurs aînées, Marie et Pauline, se chargèrent de son éducation; elle leur était soumise et leur obéissait en tout, comme elle l'avait fait à sa mère.

Elle n'avait aucun goût pour les jeux et les amusements de son âge, et se cachait dans la maison pour se livrer à la contemplation des choses célestes. Son père, devenu veuf, voulut, dans le but d'assurer davantage la garde et l'éducation de ses filles, aller habiter Lisieux avec toute sa famille. C'est alors que la Vénérable Servante de Dieu fut placée sous la discipline des Religieuses Bénédictines de la ville. Douée d'une intelligence de beaucoup élevée au-dessus de son âge, elle fit de rapides progrès, surtout dans les études historiques; quant au catéchisme, elle l'apprit si bien, qu'on l'appelait le petit docteur. Favorisée d'une mémoire excellente, elle apprit par cœur tout le livre de Y Imitation. Elle ne possédera pas moins bien, plus tard, la Sainte Ecriture.

Lorsqu'elle accomplissait tous ses devoirs de piété, elle y mettait tant de dévotion et de modestie, qu'elle était un modèle pour les autres et un encouragement à l'imiter. Cependant, elle fut visitée par un mal dont le caractère demeura inconnu des médecins eux-mêmes. L'avis des membres de la famille, qui ne manque pas de fondement, est que ce mal fut causé par le démon qui prévoyait les défaites qu'elle lui infligerait; on se confirma dans cette opinion, quand on vit la guérison admirable dont elle fut favorisée instantanément, après des prières adressées à la Très Sainte Vierge.

L'enfant, qui brûlait du plus grand amour de Dieu, désirait depuis longtemps recevoir la Sainte Communion; mais, d'après les règlements diocésains, elle en restait encore éloignée à cause de son âge: elle avait à peine dix ans. Enfin, arriva le jour tant désiré du 8 mai 1884, où il lui fut donné de voir ses vœux comblés; aussi est-ce avec une joie incroyable, accompagnée des plus douces larmes, qu'elle reçut, toute brûlante d'amour, le Pain des Anges. Peu après, elle se prépara admirablement à recevoir la Confirmation et les dons du Saint-Esprit.

Les sœurs aînées de la Vénérable Servante de Dieu ayant dit adieu au monde, pour entrer au Carmel, leur départ de la maison paternelle causa une profonde douleur à l'enfant. Aussi son père crut bon de la retirer du Pensionnat des Bénédictines, pour lui faire achever ses études à la maison. Mais, visitée alors par des troubles de conscience, elle répandait souvent des larmes et ne cessait de supplier Dieu de lui venir en aide... Dieu se laissa toucher par les prières de son enfant. La nuit de Noël 1886, après avoir assisté à la Messe solennelle, elle se sentit délivrée de toutes ses angoisses intimes; toutes ses craintes disparurent et les mouvements de son âme furent animés de sentiments tout nouveaux. Dès lors, elle semble courir à pas de géant dans la voie de la sainteté; elle se porte avec plus de zèle aux œuvres de piété et de charité, et dirige plus que jamais sa pensée vers le cloître du Carmel.
Son père si pieux, qui avait déjà donné à Dieu trois de ses filles, ne refusa pas à THERESE l'autorisation de suivre sa Vocation, malgré tout le chagrin que devait lui causer la séparation. Quant aux Supérieurs ecclésiastiques, ils refusèrent absolument de soumettre aux rigueurs de la vie religieuse une jeune fille, à peine âgée de quinze ans. Ferme dans son désir, la Vénérable Servante de Dieu résolut de recourir directement au Saint-Siège. Aussi s'adjoignit-elle, avec son père, à ses compatriotes qui se rendaient en pèlerinage à Rome. Dès qu'elle se trouva en présence de Notre Prédécesseur., le Souverain Pontife LEON XIII, elle surmonta sa timidité naturelle et se jeta à ses pieds, pour lui manifester le désir de son cœur. Mais le Pontife remit la suppliante au bon plaisir de ses Supérieurs.
Frustrée dans son espérance, l'héroïque Vierge supporta courageusement son chagrin et se soumit à la volonté divine, jusqu'à ce que l'Evêque, touché enfin de tant de vertu, accordât l'autorisation désirée.

Le 9 du mois d'avril 1888. la Servante de Dieu entrait au Monastère des Carmélites de Lisieux. Elle était enfin parvenue au but qu'elle avait tant désiré. Dès les premiers jours de sa vie religieuse, elle apparut tellement élevée en sainteté, que sa Maîtresse avouait qu'elle n'avait jamais vu une novice aussi fervente. Elle prononça ses Vœux le 8 septembre 1890, et fut appelée providentiellement THERESE DE L'ENFANT-JESUS, comme pour signifier, par ce nom, le genre particulier de sainteté qu'elle devait suivre avec ardeur, et cette perfection qui est appelée l'enfance spirituelle, d'après cette parole de la Sagesse incréée: Si vous ne vous convertissez et ne devenez semblables à de petits enfants, vous n'entrerez pas dans le Royaume des cieux (Matt., XVIII, 3).

Et, en fait, de même que l'enfant repose, tranquille, sur le sein de sa mère, de même la Servante de Dieu se remit tout entière entre les bras de la Providence divine. Simple comme la colombe qui pose son nid sur le bord de la cavité, elle ne regardait que du côté du ciel, et elle conserva sans tache la robe blanche du Baptême.
Trois ans après sa Profession, il sembla bon à la Supérieure du Monastère (la Révérende Mère Agnès de Jésus, sa sœur), pour mieux assurer le bien des Novices, de les confier à THERESE, en lui donnant la charge d'aide de la Maîtresse. Ainsi donc la Servante de Dieu avait vingt ans, lorsqu'elle reçut cette charge si importante, qu'elle exerça jusqu'à sa mort, et qu'elle remplit avec une prudence et une abnégation remarquables, non moins qu'avec les plus grands et les plus beaux fruits spirituels. Elle se consacra tout entière au bien de ses Novices; elle fut pour elles une mère et une sœur, d'une suavité angélique.

Pieuse, douce, humble, obéissante, très fidèle à sa Règle, ce qu'elle enseignait par les paroles, elle le confirmait par l'exemple. Toutes les vertus fleurirent en elle, mais elle excella dans l'Amour de Dieu. Son âme, comme celle de saint François d'Assise, exhalait un cantique d'Amour perpétuel. Elle a manifesté dans la poésie ses sentiments intimes, et composé les plus belles strophes pour chanter les mystères de l'Amour divin. Sur l'ordre de ses Supérieures, elle a écrit, pour l'édification et le salut d'un grand nombre, l'Histoire de son Ame, afin de montrer la voie qui mène à la plénitude de l'Amour. Notre Prédécesseur, d'heureuse mémoire, le Souverain Pontife PIE X, n'a pas craint d'affirmer que, dans ce récit de sa Vie, répandu aujourd'hui dans tout l'univers, les Vertus de la Vierge de Lisieux brillent d'un si vif éclat que c'est son Ame, en quelque sorte, que l'on y respire.

Or, la fin de la Servante de Dieu approchait, et le Seigneur lui-même sembla en donner le présage en ce que les hommes pensèrent qu'une Vierge, d'une telle candeur, et si angélique, ne pouvait rester longtemps sur la terre. Elle avait déjà dépassé ses vingt-trois ans, lorsqu'elle fut atteinte d'une maladie de poitrine ; mais elle n'omit rien des austérités de la Règle, jusqu'à ce qu'elle fût, à bout de forces et obligée de garder le lit. Durant cinq mois, elle endura les plus grandes souffrances, mais son visage était toujours gai et sa patience admirable. Elle offrait ses souffrances au Christ, désirant mourir et être avec Lui. Elle semblait consumée plutôt par l'Amour divin que par la maladie, et ce lit, où reposait la Servante de Dieu, fut comme une chaire d'où elle prêchait la sainteté à toute sa famille religieuse. Enfin, le 30 septembre 1897, après avoir été favorisée d'une vision céleste, elle fit une mort très douce, et s'envola aux Noces de l'Epoux Céleste. On lui fit les funérailles religieuses et on l'inhuma au cimetière de Lisieux.

Bientôt le nom de la Vierge sainte commença à retentir dans tout l'Univers catholique, et son tombeau est devenu glorieux (Ps. XI, 10). La renommée de sa sainteté a grandi de jour en jour; elle a été confirmée par des prodiges et des miracles. La Cause de Béatification a commencé à être introduite près de la Sacrée Congrégation des Rites. Des Procès ont été faits, selon l'usage, à Lisieux et à Rome pour examiner ses Vertus. Lorsque toutes les preuves furent faites juridiquement et bien pesées, Notre Prédécesseur, d'heureuse mémoire, le Pape BENOIT XV, publia, le 19 des Calendes de Septembre 1921, un Décret solennel, par lequel il déclarait que les Vertus de THERESE DE I.'ENFANT-JESUS étaient arrivées à un degré héroïque.

On se mit alors, sans retard, à examiner les Miracles que Dieu, disait-on, avait opérés à son intercession, et, quand toutes les formalités juridiques furent terminées, Nous avons Nous-même, le 3 des Ides de Février de la présente année 1923, publié un Décret où Nous reconnaissions la réalité de deux Miracles. Dès lors que le jugement avait été porté sur l'Héroïcité des Vertus et sur la certitude de deux Miracles, il restait à discuter si la Vénérable Servante de Dieu pouvait être sûrement placée parmi les Bienheureux du Ciel. C'est ce qu'a fait notre Vénérable Frère Antoine, Cardinal Vico, Evêque de Porto et Sainte-Rufine, Rapporteur de la Cause, dans la Congrégation Générale qui s'est tenue en Notre présence au Vatican, le 6 mars dernier. Or, tous les Cardinaux faisant partie de la Sacrée Congrégation des Rites, et tous les Pères Consulteurs présents ont répondu affirmativement. Pour Nous, Nous avons différé la manifestation de Notre avis, afin de pouvoir, dans une question si importante, obtenir par des prières ferventes la Lumière céleste. Nous l'avons demandée avec instances. Puis, le jour heureux où se célébrait, cette année, la fête du Saint Patriarche Joseph, Illustre Epoux de la Très Sainte Vierge Marie et Patron de l'Eglise, après avoir offert le Sacrifice Eucharistique, Nous avons, en présence du même Evêque, le Cardinal Antoine Vico, Rapporteur de la Cause et Préfet de la Sacrée Congrégation des Rites, ainsi que de Nos chers Fils Ange Ma- riani, Promoteur général de la Foi, et Alexandre Verde, Secrétaire de la Sacrée Congrégation des Rites, décrété que l'on peut, en toute sécurité, procéder à la Béatification solennelle de la Vénérable Servante de Dieu, THERESE DE L'ENFANT-JESUS.

Voilà pourquoi, mû par les prières de tout l'Ordre des Carmes Déchaussés, en vertu de Notre Autorité Apostolique et des présentes Lettres, Nous permettons que la Vénérable Servante de Dieu, THERESE DE L'ENFANT-JESUS, Religieuse professe de l'Ordre des Carmélites Déchaussées, soit appelée BIENHEUREUSE, que son corps et ses reliques soient présentés à la vénération publique des fidèles, pourvu cependant qu'ils ne soient pas portés dans des suppliques solennelles.
De plus, en vertu encore de Notre Autorité Apostolique, Nous autorisons, chaque année, au jour voulu, la récitation de l'Office et la célébration de la Messe, approuvés par Nous. Toutefois Nous ne concédons la célébration de cette Messe et la récitation de cet Office que dans le diocèse de Bayeux et Lisieux, ainsi que dans tous les temples et oratoires de l'Ordre des Carmes Déchaussés, à tous les Réguliers et Séculiers qui sont tenus aux Heures canoniales et, pour ce qui regarde la Messe, à tous les Prêtres qui iront dans les églises où se fera la fête. Enfin, Nous accordons que les fêtes solennelles de la Béatification de la Vénérable Servante de Dieu, THERESE DE L'ENFANT- JESUS, soient célébrées dans le diocèse et les temples susdits, avec l'Office et la Messe, sous le rit double majeur; et Nous ordonnons que cela se fasse les jours que l'Ordinaire désignera dans l'année, lorsque ces fêtes solennelles auront été célébrées dans la Basilique Patriarcale du Vatican.
Nonobstant les Constitutions et Ordinations Apostoliques, ainsi que les Décrets publiés sur le non-culte, et toutes les autres choses contraires. Mais Nous voulons que les Copies des présentes Lettres, même imprimées, jouissent de la même autorité que l'on accorderait, dans les discussions judiciaires, à la manifestation de Notre volonté dans les présentes Lettres, pourvu qu'elles soient signées par le Secrétaire de la Sacrée Congrégation des Rites et munies du Sceau du Préfet.

Donné à Rome, près Saint-Pierre, sous l'Anneau du Pêcheur, le 29 avril de l'année 1923, de Notre Pontificat la seconde.


Par mandement special de sa Saintete.
P. CARDINAL GASPARRI, Secrétaire d'Etat.







BULA PARA A CANONIZAÇÃO DE
SANTA TERESINHA DO MENINO JESUS E DA SAGRADA FACE, O.C.D
Dada pelo Papa Pio XI em 17 de maio de 1925


Le texte original est en latin



BULLE DE CANONISATION

“VEHEMENTER EXSULTAMUS”

17 mai 1925

PIE EVÊQUE
SERVITEUR DES SERVITEURS DE DIEU

POUR PERPÉTUELLE MÉMOIRE

C'est avec les sentiments d'une joie véhémente et de la plus vive allégresse qu'en ce jour, et au cours de cette année de miséricorde, Nous, qui avons mis au nombre des Vierges Bienheureuses la jeune Thérèse de l'Enfant-Jésus, Moniale de l'Ordre des Carmélites Déchaussées, et l'avons proposée aux Fils très aimés de l'Eglise, comme un très aimable modèle, Nous célébrons, au nom de Notre-Seigneur Jésus-Christ, des Saints Apôtres Pierre et Paul et de Notre propre autorité, sa solennelle Canonisation.

Cette Vierge véritablement sage et prudente parcourut la voie du Seigneur dans la simplicité et l'ingénuité de son âme, et, consommée en peu de temps, a fourni une longue carrière. Encore dans la fleur de sa jeunesse, elle s'envola au Ciel, appelée à recevoir la couronne que l'Epoux céleste lui avait préparée pour l'éternité. Connue de peu de personnes pendant sa vie, aussitôt après sa mort précieuse, elle étonna l'Univers chrétien du bruit de sa renommée et des miracles innombrables obtenus de Dieu par son intercession. Comme elle l'avait prédit avant sa mort, elle semblait répandre sur la terre une pluie de rosés. C'est à cause de ces merveilles que l'Eglise décida de lui accorder les honneurs réservés aux Saints, sans attendre les délais ordinaires et fixés.

Elle naquit à Alençon, ville du diocèse de Séez, le deux janvier mil huit cent soixante-treize, de parents honorables: Louis-Stanislas Martin, et Marie-Zélie Guérin, remarquables par leur singulière et fervente piété. Le quatre du même mois, elle reçut le Baptême avec les noms de Marie-Françoise-Thérèse. Agée de quatre ans et sept mois, à sa douleur immense, sa mère lui fut ravie et la joie s'éteignit dans son cœur. Son éducation fut alors confiée à ses deux sœurs aînées Marie et Pauline, auxquelles elle s'efforça d'être parfaitement soumise, et elle vécut sous la garde assidue et vigilante de son père très aimé. A leur école, Thérèse s'élança comme un géant dans la voie de la perfection. Dès ses plus jeunes années, elle faisait ses délices de parler souvent de Dieu, et vivait dans la pensée constante de n'attrister l'Enfant Jésus en quoi que ce soit.

Ayant conçu, par une prévenance du divin Esprit, le désir de mener une vie toute sainte, elle prit la ferme résolution de ne jamais refuser à Dieu rien de ce qu'il paraîtrait lui demander, et y demeura fidèle jusqu'à la mort. Quand elle eut atteint sa neuvième année, on la confia pour son instruction aux Religieuses du Monastère de l'Ordre de Saint-Benoît, à Lisieux. Elle y passait la journée entière pour assister aux leçons, et le soir revenait à la maison. Si elle cédait en âge à ses compagnes du pensionnat, elle les dépassait toutes en progrès et en piété. Elle apprenait les Mystères de la Religion avec tant de zèle et de pénétration, que l'aumônier de la Communauté l'appelait « la théologienne » ou le « petit Docteur ». Dès ce temps-là, elle apprit de mémoire et en entier le livre de l'Imitation de Jésus-Christ, et l'Ecriture sainte lui devint si familière que, dans ses écrits, elle la cite souvent avec autorité.
Une mystérieuse et grave maladie la fit beaucoup souffrir. Elle en fut miraculeusement délivrée, ainsi qu'elle-même l'a raconté, par le secours de la Bienheureuse Vierge Marie qui lui apparut souriante, au cours d'une neuvaine où elle était invoquée sous son titre de Notre-Dame des Victoires. Alors, pleine d'une angélique ferveur, elle mit tous ses soins à se préparer au banquet sacré où le Christ se donne en nourriture.

Dès qu'elle eut goûté au Pain Eucharistique, elle éprouva une faim insatiable de cet aliment céleste. Aussi, comme inspirée, elle priait Jésus, en qui elle trouvait ses délices, de « changer pour elle en amertume toutes les consolations humaines». Dès lors, toute brûlante d'amour pour le Christ et pour l'Eglise Catholique, elle n'eut bientôt de plus grand désir que d'entrer dans l'Ordre des Carmélites Déchaussées, afin, par son immolation et ses continuels sacrifices, «d'aider les prêtres, les missionnaires, toute l'Eglise», et de gagner à Jésus-Christ des âmes sans nombre, comme, près de mourir, elle promit de continuer à le faire auprès de Dieu.
Au cours de sa quinzième année, elle éprouva de grandes difficultés, de la part de l'autorité ecclésiastique, pour embrasser la vie religieuse, à cause de sa grande jeunesse. Elle les surmonta cependant avec une force d'âme incroyable, et, malgré sa timidité naturelle, elle exposa son désir à Notre Prédécesseur Léon XIII, d'heureuse mémoire, lequel, cependant, remit la chose à la décision des Supérieurs. Frustrée dans son espoir, Thérèse en conçut une grande douleur, mais elle acquiesça pleinement à la volonté divine.

Après cette dure épreuve de sa patience et de sa vocation, le neuf avril de l'année mil huit cent quatre-vingt-huit, elle entra enfin, avec l'approbation de son Evêque et dans toute la joie de son âme, au Monastère du Carmel de Lisieux.
Là, Dieu opéra d'admirables ascensions dans le cœur de Thérèse, qui, imitant la vie cachée de la Vierge Marie à Nazareth, produisit, comme un jardin fertile, les fleurs de toutes les vertus, surtout d'un amour brûlant pour Dieu, et d'une éminente charité pour le prochain, car elle avait parfaitement compris ce précepte du Seigneur: «Aimez-vous les uns les autres comme je vous ai aimés» Dans son désir de plaire le plus possible à Jésus-Christ, et ayant lu et médité cette invitation de la Sainte Ecriture: «Si quelqu'un est tout petit qu'il vienne à moi», elle résolut de devenir petite selon l'esprit, et, en conséquence, avec la plus filiale et la plus entière confiance, elle se livra pour toujours à Dieu comme au Père le plus aimé. Cette voie de l'enfance spirituelle, selon la doctrine de l'Evangile, elle l'enseigna aux autres, spécialement aux novices, dont ses Supérieures lui avaient confié la formation aux vertus religieuses; et ensuite, par ses écrits pleins de zèle apostolique, elle enseigna, avec un saint enthousiasme, à un monde enflé d'orgueil, n'aimant que la vanité et recherchant le mensonge, la voie de la simplicité évangélique. Son divin Epoux Jésus l'enflamma encore du désir de la souffrance du corps et de l'âme. Considérant, de plus, avec une profonde douleur, combien l'amour de Dieu est méconnu et rejeté, — deux ans avant sa précieuse mort, — elle s'offrit spontanément en victime à son «Amour miséricordieux». Elle fut alors, selon qu'il est rapporté, blessée d'un trait de feu céleste. Enfin, consumée d'amour, ravie en extase, et répétant avec une ferveur extrême: « MON DIEU, JE VOUS AIME », elle s'envola joyeuse vers son Epoux, le trente septembre de l'an mil huit cent quatre-vingt-dix-sept, à l'âge de vingt-quatre ans, méritant ainsi l'éloge si connu — déjà précité — du Livre de la Sagesse « consommée en peu de temps, elle a fourni une longue carrière ». Inhumée au cimetière de Lisieux, avec les honneurs convenables, elle commença aussitôt à être célèbre dans l'univers entier et son sépulcre devint glorieux.
La promesse qu'elle avait formulée avant de mourir de «faire tomber sur la terre une pluie de roses» — c'est-à-dire de grâces, — à peine montée au Ciel, elle la réalisa à la lettre par d'innombrables miracles, et elle la réalise encore de nos jours. Cette insigne Servante de Dieu qui, durant sa vie, s'était acquis la sympathie de tous ceux qui l'approchaient, a vu, depuis sa mort, ce sentiment prendre une force et une extension prodigieuses.

Emus d'un tel renom de sainteté, un grand nombre de Cardinaux de la Sainte Eglise Romaine, des Patriarches, Archevêques et Evêques, de France en particulier, beaucoup aussi de Vicaires Apostoliques, de Supérieurs de Congrégations, d'Abbés de Monastères et de Supérieures de Religieuses, adressèrent à Notre Prédécesseur, Pie X, de sainte mémoire, des Lettres postulatoires pour obtenir l'Introduction de la Cause de la Sœur Thérèse de l'Enfant-Jésus, les accompagnant de beaucoup d'instances et de témoignages.

Ce Pontife les accueillit très favorablement, et, le neuf juin de l'an mil neuf cent quatorze, il signa, de sa propre main, la Commission de l'Introduction de la Cause, confiée au très diligent Postulateur général de l'Ordre des Carmes Déchaussés, le R.P. Rodrigue de Saint-François de Paule.

Toutes les phases du Procès ayant été parcourues selon les règles, et la question de l'Héroïcité des Vertus examinée, la Congrégation Générale se tint, le deux août mil neuf cent vingt et un, en présence du Pape Benoît XV, Notre Prédécesseur, d'heureuse mémoire. Le très Eminent et très Révérend Cardinal Antoine Vico, Ponent de la Cause, y proposa à la discussion le Doute suivant: «Est-il certain que les Vertus théologales de Foi, d'Espérance et de Charité envers Dieu et le prochain, ainsi que les Vertus cardinales de Prudence, de Justice, de Force et de Tempérance, et les Vertus annexes, ont été pratiquées à un degré héroïque par la Servante de Dieu THERESE DE L'ENFANT-JESUS, dans le cas et pour l'effet dont il s'agit?» Tous les Cardinaux de la Sainte Eglise Romaine présents et les Pères Consulteurs, donnèrent chacun leur sentiment. Le même Pontife, les ayant écoutés avec bienveillance, réserva cependant son suprême jugement, voulant d'abord implorer de Dieu une plus grande lumière dans une chose de tant d'importance.
La veille de la Fête de l'Assomption de la Bienheureuse Vierge Marie, Notre Prédécesseur manifesta enfin sa décision et prononça solennellement:
«Il est certain que les Vertus théologales de Foi, d'Espérance et de Charité, envers Dieu et le prochain, ainsi que les Vertus cardinales de Prudence, de Justice, de Force et de Tempérance et les Vertus annexes, ont été pratiquées par la Vénérable Servante de Dieu, THERESE DE L'ENFANT-JESUS et A UN DEGRE HEROÏQUE»
II ordonna d'en publier le Décret, de l'insérer parmi les Actes de la Sacrée Congrégation des Rites sous la date du quatorze août mil neuf cent vingt et un.
Cette Cause avait une marche si rapide et si heureuse, accompagnée de tant d'allégresse, que deux miracles furent aussitôt proposés à l'examen, choisis entre une multitude de divers prodiges que l'on disait avoir été obtenus dans tout l'Univers chrétien, par l'intercession puissante de la Vénérable Thérèse. Le premier concerne la Sœur Louise de Saint-Germain, de la Congrégation des Filles de la Croix, souffrant d'une maladie organique, à savoir: d'une lésion anatomique et pathologique, c'est-à-dire d'un ulcère très grave de l'estomac, de forme hémorragique. Après avoir imploré l'intercession auprès de Dieu de la Vénérable Thérèse de l'Enfant-Jésus, la malade recouvra une parfaite santé, comme trois éminents médecins le reconnurent unanimement, ayant chacun donné son sentiment, par écrit, à la demande de la Sacrée Congrégation des Rites. Le second miracle, assez semblable au premier, est la guérison du jeune séminariste, Charles Anne, malade de tuberculose pulmonaire hémoptysique en période cavitaire. Il invoqua avec confiance l'aide de la Servante de Dieu et guérit parfaitement, comme cela résulte avec évidence des conclusions de trois médecins et de la série d'arguments sur lesquels se basait leur décision.

Aussi tous ceux qui étaient appelés à donner leur sentiment furent en mesure, après avoir mûrement pesé toutes choses, de formuler un jugement certain et indubitable sur la question soumise à l'examen. Après donc les deux Congrégations Anté-préparatoire et Préparatoire, vint la Congrégation Générale, le trente janvier mil neuf cent vingt-trois, dans laquelle fut discuté, en Notre présence, le Doute suivant : «Y a-t-il certitude de miracles, et de quels miracles, dans le cas et pour l'effet dont il s'agit?» Les Cardinaux de la Sainte Eglise Romaine présents, et les Pères Consulteurs exposèrent, chacun à leur tour, leur manière de voir. Après les avoir écoutés avec attention, Nous avons cru pouvoir suspendre Notre décision, suivant l'usage, pour obtenir, en une chose si grave, un secours plus abondant du Père des Lumières.

Enfin, le dimanche de la Quinquagésime, fête de l'Apparition de l'Immaculée Vierge Marie, à Lourdes, et veille du premier anniversaire de Notre couronnement, Nous avons voulu, en ce jour doublement heureux, manifester Notre décision; et, en présence de l'Eminentissime Cardinal Antoine Vico, Evêque de Porto et de Sainte-Rufine, Préfet de la Sacrée Congrégation des Rites et Ponent de la Cause, ainsi que des autres dignitaires de cette Congrégation, Nous avons déclaré solennellement: «II y a certitude de miracle dans les deux cas proposés, à savoir: la guérison instantanée et parfaite de la Sœur Louise de Saint-Germain, de la Congrégation des Filles de la Croix, d'un très grave ulcère de l'estomac, de forme hémorragique, et la guérison instantanée et parfaite du séminariste Charles Anne, d'une tuberculose pulmonaire hémoptysique en période cavitaire» Et Nous avons donné ordre d'en publier le Décret et de l'insérer dans les Actes de la Sacrée Congrégation, le onze février de l'an mil neuf cent vingt-trois.

Peu de temps après, c'est-à-dire le six mars de la même année, dans une réunion générale de la même Congrégation, le même Cardinal-Ponent de la Cause proposa, en Notre présence, la question suivante: «Etant donné la reconnaissance des Vertus et des deux miracles, peut-on, en toute sûreté, procéder à la solennelle Béatification de la Vénérable Servante de Dieu, Sœur THERESE DE L'ENFANT-JESUS?» Tous les assistants répondirent d'une même voix: «ON LE PEUT EN TOUTE SÛRETÉ»
Pour prononcer cependant Notre jugement définitif, Nous avons choisi le jour heureux de la Fête du Saint Patriarche Joseph, illustre Epoux de la Bienheureuse Vierge Marie et Patron de l'Eglise universelle, et Nous avons solennellement déclaré:
«On peut, en toute sûreté, procéder à la Béatification de la Vénérable Servante de Dieu, Sœur THERESE DE L'ENFANT-JESUS» Et Nous avons ordonné d'en publier le Décret et de l'insérer dans les Actes de la Sacrée Congrégation des Rites, à la date du dix-neuf mars mil neuf cent vingt-trois, et d'expédier des Lettres apostoliques, en forme de Bref, pour la célébration des cérémonies de la Béatification dans la Basilique Vaticane.

Ces Solennités de la Béatification furent célébrées dans la Basilique Patriarcale de Saint-Pierre, Prince des Apôtres, le vingt-neuf avril suivant, avec un grand concours de clergé et de peuple et dans l'effusion de la joie universelle.
Sur le récit de nouveaux prodiges de la Bienheureuse Thérèse de l'Enfant-Jésus, Nous avons ordonné à Sa Sacrée Congrégation des Rites, le vingt-cinq juillet de l'an mil neuf cent vingt-trois, de reprendre la Cause de cette même Bienheureuse. Deux miracles ayant été proposés à son examen, les Procès instruits et les témoins entendus, la Sacrée Congrégation rendit ce Décret: «On est assuré de la validité des procès accomplis, par l'autorité apostolique, dans les diocèses de Parme et de Malines, au sujet de miracles attribués à F intercession de la BIENHEUREUSE THERESE qui avait été sollicitée, dans le cas et pour l'effet dont il s'agit» Ce Décret a été ratifié et confirmé par Nous, le onze juin de l'an mil neuf cent vingt-quatre.
Les deux miracles proposés à la discussion étaient les suivants: Le premier est la guérison de Gabrielle Trimusi, le deuxième, la guérison de Maria Pellemans.
Gabrielle, entrée à vingt-trois ans dans la Congrégation des «Pauvres Filles des Sacrés-Cœurs», dont la Maison-Mère est dans la ville de Parme, commença à souffrir du genou gauche en mil neuf cent treize. Employée aux travaux domestiques, elle avait coutume do briser sur son genou, à la force de son bras, le bois à brûler. La répétition de cet acte finit par produire, sans qu'elle s'en aperçût, une lésion à la jointure, qui dégénéra en affection tuberculeuse. Elle n'éprouva d'abord qu'une sensation de douleur sourde, puis vinrent un tremblement du genou, la perte de l'appétit et l'amaigrissement de la malade. Deux médecins appelés visitèrent la Sœur et ordonnèrent des remèdes, mais sans aucun succès, si bien qu'au bout de trois ans, elle fut envoyée à Milan où l'on employa l'héliothérapie, les bains, les vésicatoires, les injections et autres choses semblables, sans aucun résultat; au contraire, au bout de quatre ans, l'épine dorsale était atteinte à son tour. La Sœur Gabrielle revint à Parme où plusieurs médecins qui la visitèrent reconnurent une lésion de nature tuberculeuse, et ordonnèrent des remèdes généraux. Le médecin ordinaire de la Communauté, constatant que l'état de l'épine dorsale allait aussi en empirant, conseilla de conduire la malade à l'hôpital. En attendant, il effectua l'examen radioscopique du genou malade et constata une périostite du sommet du tibia. Reçue à l'hôpital, elle fut de nouveau soumise à l'application des rayons X. Pendant ce séjour à l'hôpital de Milan, atteinte de la grippe, dite espagnole, elle éprouva dans la partie dorsale de la colonne vertébrale de nouvelles douleurs qui allèrent toujours en augmentant.

Comme tous les remèdes restaient inutiles, un ecclésiastique qui la visitait conseilla, le treize juin mil neuf cent vingt-trois, de faire une neuvaine en l'honneur de la Bienheureuse Thérèse de l'Enfant-Jésus, devant une petite image où était aussi imprimée une prière à la Bienheureuse. La malade s'y unit, plus préoccupée de la santé des autres sœurs que de la sienne propre. Comme le dernier jour de cette neuvaine coïncidait avec la clôture d'un Triduum solennel, célébré en l'honneur de la Bienheureuse dans l'Eglise des Carmes, toute proche du Couvent, quelques-unes des Sœurs, et la malade elle-même, demandèrent la permission d'y aller. Au retour, après avoir parcouru cette courte distance d'un pas lent et très douloureux, la Sœur Trimusi entra dans la Chapelle de la Communauté où les autres sœurs étaient réunies, comme de coutume. La Supérieure exhorta la malade à prier avec confiance, et lui enjoignit de regagner sa place. Chose merveilleuse! L’infirme, inconsciemment, se mit à genoux sans ressentir aucune douleur et, sans plus de difficulté que s'il avait été parfaitement sain, resta ainsi, reposant sur son genou malade, et ne s'apercevant pas de cette merveille, parce que son attention était absorbée par les douleurs dorsales qui, à ce moment, la tourmentaient plus cruellement. Elle alla au réfectoire avec les Sœurs. Le repas fini, elle monte l'escalier avec lenteur, entre dans la première chambre qu'elle rencontre, enlève son appareil et crie à haute voix: «Je suis guérie! Je suis guérie!» Aussitôt, elle reprit les emplois et les travaux de sa condition et les exercices de la vie religieuse, sans aucune souffrance, ni fatigue, rendant grâce à Dieu du miracle opéré par l'intercession de la Bienheureuse Thérèse de l'Enfant-Jésus.

Les médecins, désignés par la Sacrée Congrégation, discutèrent longuement cette guérison, et statuèrent que la lésion du genou était une arthrosynovite chronique, et celle de l'épine dorsale, une spondylite également chronique. Ces deux lésions organiques, rebelles à tous les remèdes, ont cédé à la Toute-Puissance de Dieu, et Sœur Gabrielle a recouvré par miracle la santé, et y a persévéré. L'histoire du second miracle, telle que l'a racontée Maria Pellemans qui en fut favorisée, est plus courte. Au mois d'octobre mil neuf cent neuf, elle était malade d'une tuberculose pulmonaire bien constatée; puis se déclarèrent une entérite et une gastrite, également de nature tuberculeuse. Elle reçut les soins des médecins, d'abord chez elle, puis dans un sanatorium appelé «La Hulpe». Revenue à sa maison, elle entreprit, au mois d'août mil neuf cent vingt, un pèlerinage au sanctuaire de Lourdes, dans l'espoir d'obtenir sa guérison, mais ce fut sans succès. Au mois de mars mil neuf cent vingt-trois, elle se joignit à un groupe de pèlerins qui visitaient le Carmel de Lisieux, et, sur le tombeau de la Bienheureuse Thérèse de l'Enfant-Jésus, ayant invoqué avec confiance son intercession, elle recouvra aussitôt une parfaite santé.
Trois médecins, convoqués d'office par la Sacrée Congrégation des Rites pour donner leur avis sur ces deux miracles, exprimèrent tous, et par écrit, une réponse favorable.

Dans ces guérisons, la vérité du miracle apparut hors de doute, elle brilla même avec une splendeur inaccoutumée, à cause des particularités dont ces prodiges étaient entourés. C'est pourquoi ceux qui ont été appelés à donner leur suffrage ont pu le faire, en s'appuyant sur l'autorité qui résulte de l'accord unanime des hommes de l'art ; dans la Congrégation Générale, tenue, en Notre présence, le dix-sept mars de l'année courante, et au cours de laquelle Notre cher Fils Antoine Vico, Cardinal de la Sainte Eglise Romaine, Ponent de la Cause, proposa le Doute suivant: «Y a-t-il certitude de miracle, et de quels miracles, dans le cas et pour l'effet dont il s'agit?» Les Révérendissimes Pères Cardinaux de la Sainte Eglise Romaine, les Prélats et les Pères Consulteurs exprimèrent leur avis, chacun à son tour. Après les avoir entendus, dans la joie de Notre âme, Nous avons cependant sursis à faire connaître Notre pensée, voulant implorer encore, par d'instantes prières, pour une décision si importante, un secours plus puissant et plus efficace du Père des Lumières.
Peu après, cependant, Nous avons choisi et fixé le dix-neuvième jour de mars, auquel l'Eglise se réjouit en la Fête du saint Patriarche Joseph, Epoux de la Bienheureuse Vierge Marie et Patron de l'Eglise universelle, et, en présence du Cardinal Préfet de la Sacrée Congrégation des Rites et des principaux dignitaires, Nous avons prononcé solennellement: «Il y a certitude de miracle dans les deux cas proposés».

Puis, le vingt-neuvième jour du même mois, après avoir recueilli les suffrages unanimes des Cardinaux de la Sainte Eglise Romaine et des Pères Consulteurs, Nous avons solennellement déclaré: «ON PEUT EN TOUTE SÛRETÉ PROCÉDER A LA CANONISATION SOLENNELLE DE LA BIENHEUREUSE THERESE DE L'ENFANT-JESUS, Vierge, Moniale Professe de l'Ordre des Carmélites Déchaussées, du Monastère de Lisieux» Après tous ces préliminaires et ces Décrets, afin d'observer jusqu'au bout toutes les sages prescriptions de Nos Prédécesseurs en vue de la célébration et de l'éclat d'une si auguste Cérémonie, Nous avons d'abord convoqué Nos chers Fils, les Cardinaux de la Sainte Eglise Romaine, à un Consistoire secret, le trente du mois de mars, pour leur demander leur avis. Dans ce Consistoire, Notre Vénérable Frère Antoine Vico, Cardinal de la Sainte Eglise Romaine, Evêque de Porto et de Sainte-Rufine, et Préfet de la Sacrée Congrégation des Rites, Nous exposa éloquemment, à Nous, et aux Cardinaux de la Sainte Eglise Romaine, la vie et les miracles de la Bienheureuse Thérèse de l'Enfant-Jésus et des autres nouveaux Saints, et demanda avec beaucoup d'ardeur qu'elle fût élevée aux suprêmes honneurs. Ce discours achevé, Nous avons recueilli les suffrages des Cardinaux de la Sainte Eglise Romaine sur celte question: «Faut-il en venir à la Canonisation solennelle de cette Bienheureuse?» et chacun des Cardinaux exprima son avis.

Puis, le second jour d'avril, Nous avons tenu un Consistoire public dans lequel, après avoir entendu avec plaisir un très savant discours sur la Bienheureuse Thérèse de l'Enfant-Jésus, de Notre cher Fils Jean Guasco, avocat de Notre Cour Consistoriale, tous les Cardinaux de la Sainte Eglise Romaine, d'une voix unanime, Nous ont exhorté à la décision suprême de cette Cause. Nous avons pris soin encore d'expédier des Lettres de la Sacrée Congrégation Consistoriale aux Vénérables Evêques, non seulement aux plus voisins, mais même aux plus éloignés, pour les aviser de cette solennité, afin, que, s'il leur était possible, ils vinssent près de Nous, pour Nous donner aussi leur sentiment. Il en vint de divers pays, et ils assistèrent, le vingt-deux du mois d'avril, à un Consistoire semi-public, en Notre présence, après avoir pris connaissance de la Cause, par un Résumé, qui fut* remis à chacun, tant de la vie, des vertus et des miracles de la Bienheureuse Thérèse de l'Enfant-Jésus, que de tous les Actes faits en Notre présence et dans la Sacrée Congrégation des Rites. Et, non seulement Nos chers Fils, les Cardinaux de la Sainte Eglise Romaine, mais aussi Nos Vénérables Frères les Patriarches, Archevêques et Evêques, d'un accord unanime, Nous ont pressé de célébrer cette Canonisation. De tous ces suffrages, Nos chers Fils, les Protonotaires apostoliques, ont dressé les Actes pour être conservés dans les Archives de la Sacrée Congrégation des Rites.
Nous avons donc décidé de célébrer la solennité de cette Canonisation en ce jour, dix-septième du mois de mai, en la Basilique Vaticane, et, en attendant, Nous avons vivement exhorté les Fidèles du Christ à redoubler de ferventes prières, spécialement dans les églises où le Très Saint Sacrement est exposé à l'adoration; afin qu'eux-mêmes goûtent plus abondamment les fruits d'une si grande solennité, et que le Saint-Esprit daigne Nous assister plus efficacement dans un si grave exercice de Notre charge.

En ce jour donc, si heureux et si désiré, les Ordres du Clergé Séculier et Régulier, les Prélats et les Dignitaires de la Curie Romaine et tout ce que Rome compte de Cardinaux, Patriarches, Archevêques, Evêques et Abbés, se rassemblèrent dans la Basilique Vaticane magnifiquement ornée. En leur présence, Nous fîmes Nous-même Notre entrée.

Alors Notre Vénérable Frère Antoine Vico, Cardinal de la Sainte Eglise Romaine, Evêque de Porto et de Sainte-Rufine, Préfet de la Sacrée Congrégation des Rites et préposé à la poursuite de cette Cause de Canonisation, après un discours de Notre cher Fils Virgile Jacoucci, Avocat de Notre Cour Consistoriale, Nous présenta les vœux et les prières de l'Episcopat et de tout l'Ordre des Carmes
Déchaussés, pour que Nous mettions au nombre des Saints la Bienheureuse Thérèse de l'Enfant-Jésus que Nous avons déjà déclarée Patronne des Missions et des Noviciats de l'Ordre du Carmel.

Le même Cardinal et le même Avocat renouvelèrent une seconde et une troisième fois leur demande avec une plus grande et suprême instance. Nous, alors, ayant imploré avec ferveur la lumière céleste, «pour l'honneur de la Sainte et Indivisible Trinité, pour l'accroissement et la gloire de la Foi Catholique, par l'autorité de Notre-Seigneur Jésus-Christ, les Saints Apôtres Pierre et Paul et la Nôtre, après mûre délibération et du suffrage de Nos Vénérables Frères les Cardinaux de la Sainte Eglise Romaine, ainsi que les Patriarches, Archevêques et Evêques, Nous avons déclaré que ladite BIENHEUREUSE THERESE DE L'ENFANT-JESUS, Moniale Professe de l'Ordre des Carmélites Déchaussées, est SAINTE et doit être inscrite au Catalogue des Saints».

Nous avons ordonné que Sa mémoire de cette Sainte Thérèse de l'Enfant-Jésus soit célébrée chaque année, le trois octobre, et notée au Martyrologe Romain.
Enfin, Nous avons rendu au Dieu très Bon et très Grand de ferventes actions de grâces pour un si grand bienfait, et Nous avons célébré solennellement le Saint Sacrifice, et accordé très affectueusement une Indulgence plénière à tous les assistants: et, pour perpétuelle mémoire, Nous avons ordonné de rédiger et publier les présentes Lettres qui seront signées de Notre main et des Cardinaux de la Sainte Eglise Romaine.

Fidèles du Christ, l'Eglise vous présente aujourd'hui un nouveau et admirable Modèle de Vertus que tous vous devez contempler sans cesse. Car le caractère propre de la sainteté à laquelle Dieu appela Thérèse de l'Enfant-Jésus, consiste surtout en ce qu'ayant entendu l'appel de Dieu, elle lui obéit avec la plus grande promptitude et la plus entière fidélité. Sans que sa manière de vivre sortît de l'ordinaire, elle suivit sa vocation et la consomma avec tant de ferveur, de générosité et de constance qu'elle atteignit à l'Héroïcité des Vertus.

C'est de notre temps, où les hommes recherchent avec tant de passion les biens temporels, que vécut cette jeune Vierge, dans la pratique sereine et courageuse des vertus, en vue de la vie éternelle et pour procurer la gloire de Dieu. Puisse son exemple, confirmer dans l'exercice des Vertus, non seulement ceux qui habitent les cloîtres, mais les fidèles qui vivent dans le monde, et les conduire à une vie plus parfaite!

Implorons tous, en nos nécessités présentes, la protection de Sainte Thérèse de l'Enfant-Jésus, afin que, sur nous aussi, par Son intercession, descende une Pluie de Rosés, c'est-à-dire les grâces dont nous avons besoin. De science certaine, et dans toute la plénitude de Notre Autorité Apostolique, Nous affirmons et confirmons tout ce qui précède, et de nouveau Nous le décrétons et ordonnons, et Nous voulons que les copies de ces Lettres, même imprimées, pourvu cependant qu'elles soient signées d'un notaire public et munies du sceau d'un personnage constitué en dignité ecclésiastique, aient la même valeur que si Nos Lettres originales elles-mêmes étaient produites ou montrées.

Que personne donc n'ose attaquer ou contredire ces Lettres de Notre Décision, Décret, Mandat ou Volonté; si quelqu'un avait la témérité de le tenter, qu'il sache qu'il encourrait l'indignation du Dieu Tout-Puissant et de Ses Saints Apôtres Pierre et Paul.

Donné à Rome près Saint-Pierre, l'an du Seigneur mil neuf cent vingt-cinq, le dix-septième jour du mois de mai, de Notre Pontificat l'an quatrième.


PIE XI



A família Martin


REFERÊNCIAS

AQUIVO DO CARMELO DE LUSIEUX
http://www.archives-carmel-lisieux.fr/carmel/index.php/apres-1897/b%C3%A9atification-et-canonisation/la-bulle-de-canonisation

http://www.archives-carmel-lisieux.fr/carmel/index.php/apres-1897/b%C3%A9atification-et-canonisation/le-bref-de-b%C3%A9atification

Ut In Omnibus Glorificetur Dei (RB 57, 9)